Desde o início da manhã de hoje, foram iniciadas buscas em sete regiões do país visando o movimento Reino da Alemanha, anunciou o Ministério do Interior alemão em comunicado, sublinhando que este grupo com cerca de 6.000 apoiantes "negam a existência da República Federal da Alemanha e rejeitam o seu sistema legal".
A associação Reino da Alemanha foi proibida a partir de hoje porque "os seus objetivos e atividades vão contra a legislação penal, a ordem constitucional e a ideia de compreensão entre os povos", explicou o Ministério alemão, acrescentando que a proibição também se aplica às "numerosas organizações afiliadas desta associação".
O Ministério Público Federal anunciou ainda, no âmbito desta operação, a detenção de quatro pessoas, incluindo o líder do grupo, Peter Fitzek.
Este movimento montou há cerca de 10 anos "estruturas e instituições pseudo-estatais", criando, entre outras coisas, um sistema bancário e de seguros, um cartório notarial com documentos de identidade fictícios e uma moeda própria.
As plataformas 'online' do grupo serão bloqueadas e os seus bens serão confiscados para garantir que nenhum outro recurso financeiro possa ser utilizado para fins extremistas.
Descritos como "extremistas perigosos" pelo Ministério do Interior alemão, os membros do Königreich Deutschland fazem parte do movimento conspirativo alemão dos Reichsbürger (Cidadãos do Reich), que rejeitam a legitimidade da República Alemã moderna.
Estes extremistas acreditam na continuação do Reich alemão antes da Primeira Guerra Mundial, sob a forma de uma monarquia. Vários grupos de simpatizantes decretaram a criação dos seus próprios mini-Estados. De acordo com os serviços de informações alemães, este movimento contava com cerca de 23.000 membros em 2022.
O Reino da Alemanha tem vindo a "expandir-se" há anos, disse hoje o Ministério do Interior.
A nova coligação governamental liderada pelo chanceler conservador Friedrich Merz, que tomou posse na semana passada, está a enfrentar um aumento de ideologias extremistas de direita.
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) é agora a maior força de oposição na Câmara dos Representantes, depois de ter alcançado um resultado recorde nas eleições parlamentares de fevereiro.
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