As mesmas fontes acrescentaram que os confrontos prosseguiam hoje em várias zonas densamente povoadas da cidade.
"Os confrontos recomeçaram em Tripoli, desta vez em grande escala, espalhando-se por várias localidades, entre a Força Radaa e a Brigada 444", disse um responsável do Ministério do Interior à agência de notícias France-Press (AFP), acrescentando que os combates envolveram armas pesadas (metralhadoras e lança-mísseis).
A Brigada 444, que está ligada ao Ministério da Defesa, apoia o primeiro-ministro do Governo com sede em Tripoli, Abdelhamid Dbeibah, mas a Força Radaa não está sob as ordens do líder governamental.
Na terça-feira, Dbeibah anunciou a dissolução da Força Radaa, juntamente com o desmantelamento dos órgãos de segurança anteriormente controlados por outro poderoso grupo armado, a SSA (Autoridade de Apoio à Estabilidade), cujo líder, Abdelghani "Gheniwa" el-Kikli, foi morto na noite de segunda-feira.
Nenhum balanço de vítimas mortais ou feridos nestes novos confrontos foi divulgado.
Foram ouvidas fortes explosões por toda a cidade, especialmente na zona portuária, bem como no oeste e sul de Tripoli, onde grupos "que apoiam a Força Radaa" vieram reforçar as fileiras contra a Brigada 444, de acordo com uma fonte de segurança.
De acordo com outra fonte, um grupo armado de Zawiya, localidade a cerca de 45 quilómetros a oeste de Tripoli, entrou num bairro no oeste da capital "para ajudar a Força Radaa".
Imagens de carros em chamas e de edifícios atingidos por tiros foram partilhadas na Internet.
De acordo com um relatório oficial, pelo menos seis pessoas foram mortas durante violentos confrontos entre grupos armados rivais na noite de segunda para terça-feira.
"Alarmada com relatos de vítimas civis", a Missão da ONU na Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês) apelou hoje à interrupção dos combates "para permitir o estabelecimento de corredores seguros para a retirada de civis encurralados em zonas de conflito intenso".
A UNSMIL manifestou uma "profunda preocupação com o retomar dos confrontos e a escalada da violência em Tripoli", pedindo "um cessar-fogo imediato e incondicional".
A missão da ONU alertou para "uma situação que pode rapidamente sair do controlo".
A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime e morte de Muammar Kadhafi em 2011.
O país é liderado por dois governos rivais: um em Tripoli, chefiado por Dbeibah e reconhecido pela ONU; e outro no leste, controlado pelo marechal Khalifa Haftar.
Apesar de um relativo regresso à calma nos últimos anos, uma miríade de grupos armados, particularmente ativos em Tripoli e no oeste da Líbia, lutam regularmente pela conquista de influência e poder.
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