O presidente russo, Vladimir Putin, não faz parte da delegação do Kremlin que se vai dirigir a Istambul, na quinta-feira, para as negociações sobre o conflito na Ucrânia, segundo uma nota divulgada no site oficial da presidência russa.
Putin nomeou uma delegação de altos funcionários para participar nas negociações desta quinta-feira, que será chefiada pelo assessor presidencial Vladimir Medinsky. A ele juntar-se-ão Mikhail Galuzin, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexandre Fomin, vice-ministro da Defesa, e Igor Kostyukov, chefe da Direção Principal do Estado-Maior-General das Forças Armadas Russas.
Medinsky já havia liderado as negociações com o governo ucraniano em 2022 em Istambul.
Putin aprovou ainda um grupo de especialistas para participar nas conversações, incluindo Alexander Zorin, vice-chefe do Departamento de Informação do Estado-Maior General das Forças Armadas; Elena Podobreevskaya, vice-chefe da Direção Presidencial para a Política Humanitária do Estado; Alexei Polishchuk, diretor do Segundo Departamento de Países da Comunidade de Estados Independentes no Ministério dos Negócios Estrangeiros; e Viktor Shevtsov, vice-chefe da Direcção Principal de Cooperação Militar Internacional do Ministério da Defesa.
Até agora, recorde-se, o Kremlin tinha recusado dizer se Putin se iria deslocar à Turquia esta semana.
Ainda hoje, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a sua posição nas negociações ia depender de quem representasse a Rússia no encontro previsto para quinta-feira.
Ao mesmo tempo, o líder ucraniano disse estar pronto para "qualquer tipo de negociação" para pôr fim à guerra, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa.
Até agora, a Rússia e a Ucrânia mantiveram o suspense sobre o formato das conversações de paz em Istambul, local da última reunião dos dois beligerantes, há três anos.
O Kremlin tinha confirmado apenas que ia enviar uma delegação à Turquia, onde já se encontra o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiga, mantendo-se ainda a dúvida sobre a participação do próprio Zelensky.
Donald Trump admitiu hoje possibilidade de viajar para a Turquia se Vladimir Putin fizesse o mesmo.
Nos últimos dias, Zelensky pediu ao homólogo russo que participasse pessoalmente nestas discussões, inicialmente anunciadas pelo líder do Kremlin e que visavam abrir um processo diplomático para encontrar uma solução para o conflito.
O presidente russo, que apareceu publicamente várias vezes desde a oferta de Zelensky, manteve-se em silêncio sobre o assunto.
Segundo o conselheiro presidencial russo para os assuntos internacionais, Yuri Ushakov, a Rússia vai discutir questões políticas e técnicas com os negociadores ucranianos em Istambul.
[Notícia atualizada às 22h37]
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