Procurador-geral da Califórnia acusa Trump de atropelar soberania

O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, afirmou hoje que a soberania do estado foi "atropelada" pelo Presidente Donald Trump, que quer processar pelo envio de tropas da Guarda Nacional para os protestos contra a imigração em Los Angeles.

Los Angeles, Manifestação

© Getty Images

Lusa
09/06/2025 20:12 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Los Angeles

O procurador-geral da Califórnia, juntamente com o governador deste estado norte-americano, Gavin Newson, "estão a processar Donald Trump e a pedir ao tribunal que anule a ação ilegal do Presidente de federalizar a Guarda Nacional da Califórnia", anunciou hoje Bonta, num comunicado.

 

Em concreto, as autoridades da Califórnia vão pedir uma ordem de restrição para interromper a mobilização, numa ação que, segundo Bonta, será apresentada ainda hoje.

Antes, o governador da Califórnia, democrata, já tinha anunciado a intenção de processar o Presidente norte-americano.

"Recrutar a Guarda Nacional de um estado sem consultar o governador desse estado é ilegal e imoral", disse Newsom à cadeia MSNBC no domingo.

As ruas da extensa cidade de quatro milhões de habitantes estavam tranquilas na manhã de segunda-feira, mas o cheiro de fumo pairava no ar no centro da cidade, um dia depois de multidões terem bloqueado uma importante autoestrada e incendiado carros, enquanto a polícia respondia com gás lacrimogéneo, balas de borracha e granadas de distração.

A presença das forças da lei era forte, com carros da polícia a bloquear a rua em frente ao centro de detenção federal que era o foco dos protestos.

Embora grande parte da cidade tenha sido poupada à violência, confrontos varreram vários quarteirões do centro e alguns outros locais, deixando escombros dos carros queimados e grafitis espalhados por edifícios oficiais.

Domingo foi o terceiro e mais intenso dia de manifestações contra a repressão à imigração de Trump na região, já que a chegada de cerca de 300 soldados da Guarda Nacional provocou raiva e medo entre muitos residentes.

Autoridades americanas disseram que cerca de 1.000 membros da Guarda Nacional estavam na cidade sob ordens federais na segunda-feira ao meio-dia. Esperava-se que todos os 2.000 membros autorizados pelo Presidente estivessem no local até o final do dia.

Trump defendeu hoje a decisão de enviar as tropas, afirmando que Los Angeles teria sido "completamente destruída" se a Guarda não tivesse sido mobilizada.

Várias dezenas de pessoas foram presas ao longo do fim de semana.

Newsom pediu a Trump que revogasse o envio da Guarda Nacional numa carta no domingo à tarde, chamando-o de "grave violação da soberania do estado".

O governador, que estava em Los Angeles reunido com autoridades locais e agentes da lei, também disse aos manifestantes que estavam a fazer o jogo de Trump e que seriam presos por violência ou destruição de propriedade.

"Trump quer o caos e está a instigar a violência", disse, apelando: "Mantenham-se pacíficos. Mantenham-se focados. Não lhe deem a desculpa que ele está à procura".

O envio terá sido a primeira vez em décadas que a Guarda Nacional de um estado foi ativada sem um pedido do respetivo governador, uma escalada significativa contra aqueles que têm procurado impedir os esforços de deportação em massa do governo.

Leia Também: Detenções, "atos ilegais" e "excelente" mobilização: Que se passa em LA?

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