"Como o primeiro-ministro sabe, como o Governo sabe, como todos sabem, a maior preocupação da Presidência é a implementação de políticas eficazes para reduzir a pobreza nas zonas rurais", afirmou Ramos-Horta aos jornalistas.
O Presidente falava à margem da cerimónia de entrega das obras de renovação da Cantina Matak, financiadas pela embaixada da Austrália, no Palácio Presidencial.
O Governo timorense iniciou sexta-feira as Jornadas Orçamentais para 2026, que marcam o arranque formal do processo de preparação do Orçamento Geral do Estado para o próximo ano.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, destacou que o orçamento para 2026 deve continuar a refletir a determinação para construir uma sociedade "próspera, equitativa e mais resiliente".
Ramos Horta apelou também ao Governo para que a proposta do OGE 2026 dê especial atenção às áreas da educação, da saúde e das infraestruturas.
"É preciso priorizar o setor da educação. É preciso ver como estão as escolas, se têm condições básicas como casas de banho para meninas e meninos. É necessário reforçar o programa de merenda escolar e garantir o fornecimento de água potável nas escolas", sublinhou.
Segundo o chefe de Estado, outro setor importante é o da saúde, frisando que as políticas de saúde não devem incidir apenas no tratamento hospitalar, mas também na prevenção e promoção da saúde pública.
"Peço também ao Governo que olhe para as infraestruturas, especialmente as estradas rurais no interior do país", disse.
O chefe de Estado timorense pediu igualmente ao Governo que, no OGE 2026, continue a melhorar os serviços de abastecimento de água à população, especialmente àquelas comunidades que continuam sem acesso a água potável.
A pobreza multidimensional em Timor-Leste atinge cerca de 48% da população do país, que é de cerca de 1,3 milhões de habitantes, e a má nutrição afeta cerca de 47% das pessoas, principalmente mulheres em idade fértil e as crianças.
O Banco Mundial recomendou recentemente a Timor-Leste que aumente o investimento para reduzir a fome, a subnutrição e o atraso no crescimento das crianças, contribuindo assim para a melhoria do capital humano e do desenvolvimento económico do país.
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