Um avião da Air India que viajava para o aeroporto de Gatwick, em Londres, no Reino Unido, desde a cidade de Ahmedabad, na Índia, caiu na passada quinta-feira, pelas 13h38 [horas locais] com 242 pessoas a bordo. Apenas uma pessoa sobreviveu.
A bordo do Boeing 787 Dreamliner seguiam 169 pessoas de nacionalidade indiana, 53 cidadãos britânicos, um cidadão canadiano e sete cidadãos portugueses com dupla nacionalidade.
Imagens do momento mostram o avião ainda a baixa altitude, quando de repente colidiu com um edifício, seguindo-se uma explosão.
O avião embateu contra um hostel para estudantes de medicina, tendo 24 pessoas morrido em terra.
Sobre o estado anterior do aparelho, P. K. Mishra, secretário principal do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, informou que, antes do acidente, o avião tinha efetuado a rota Paris-Delhi-Ahmedabad sem incidentes.
O The Guardian faz hoje um resumo dos dados mais importantes do acidente, tendo falado com o especialista em aviação Gwyn Topham para perceber que ilações é que se devem retirar.
O que se sabe sobre o Boeing 787-8 Dreamliner?
O avião da Air India era um Boeing 787 Dreamliner. Este modelo de avião funciona desde 2011 e existem mais de mil aparelhos deste modelo em todo o mundo, que é usado pelas principais companhias aéreas à escala global. Esta é a primeira vez que um deles sofreu um acidente, refere o The Guardian.
Antes deste acidente, o especialista ouvido pela publicação britânica refere que anteriormente, em 2013, registaram-se uma série de problemas elétricos em aparelhos do género no Japão e chegou a registar-se uma aterragem de emergência num aparelho do género mas mais pequeno, devido a más condições climatéricas, mas nunca tinha havido um acidente tão grave.
Que impacto tem o acidente no sector da aviação?
Horas após o acidente, os voos voltaram a ser autorizados no aeroporto de Ahmedabad. Apesar destes acidentes de grande visibilidade, Gwyn não espera que os passageiros sejam dissuadidos de voar.
"É importante lembrar que a aviação é muito segura. Penso que em 2023 não houve nenhum acidente fatal com jatos de passageiros. Quando ocorrem acidentes, são normalmente o resultado de uma combinação de fatores raros e inesperados", afirma.
Aumenta o escrutínio à Boeing
Este acidente aumenta a pressão sobre a Boeing, que tem enfrentado um escrutínio significativo nos últimos anos devido a uma série de problemas de produção e preocupações de segurança.
Os mais notáveis são os dois grandes acidentes que se deveram a falhas nos aviões 737 Max da Boeing, na Indonésia e na Etiópia, em 2018 e 2019. Este modelo foi retirado de serviço durante quase um ano, antes de ser relançado e voltar a ser utilizado em larga escala.
Causas do acidente ainda por revelar
A segunda "caixa negra" do Boeing 787 da Air India foi encontrada este domingo.
"A 'caixa negra' (gravador de voz da cabine de pilotagem), que regista os diálogos entre a tripulação [na cabine de comando do avião], foi encontrada", anunciou o secretário principal do primeiro-ministro indiano em comunicado.
As agências de investigação britânica e norte-americana anunciaram o envio de equipas para ajudar os homólogos indianos encarregados das investigações.
Muitos especialistas consideraram ser demasiado cedo para explicar as causas da catástrofe, porém já se falou na possibilidade de a queda ter sido provocada pelo embate contra aves.
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