"Após as declarações irresponsáveis e ameaçadoras do Presidente norte-americano, o embaixador suíço (...) foi convocado para o Ministério dos Negócios Estrangeiros", informou a televisão estatal da República Islâmica, sem adiantar mais pormenores.
Do mesmo modo, o Ministério iraniano convocou o embaixador da Alemanha em Teerão, no seguimento de declarações do chanceler alemão, Friedrich Merz, de apoio aos ataques de Israel contra o Irão, iniciados no ia 13 de junho.
"Após as vergonhosas declarações do chanceler alemão a apoiar a agressão de Telavive contra o nosso país, o embaixador daquele país [Alemanha] foi convocado para o Ministério dos Negócios Estrangeiros", noticiou a televisão estatal.
Na terça-feira, Merz defendeu que Israel tem a coragem de fazer "o trabalho sujo" por todos ao atacar o Irão, cujo regime "trouxe morte e destruição ao mundo".
Já Donald Trump avisou hoje que a sua paciência com o regime iraniano "está a esgotar-se", mas não deu indicações se tenciona atacar o Irão.
"Talvez o faça, talvez não. Ninguém sabe o que vou fazer", afirmou, a propósito da possibilidade de entrar no conflito ao lado de Israel.
Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Donald Trump confirmou contactos das autoridades iranianas com Washington, depois do início dos ataques aéreos israelitas.
"Eu disse que era muito tarde para discutir (...). Há uma grande diferença entre agora e há uma semana, não é?", referiu o Presidente norte-americano, acrescentando que as autoridades iranianas "até sugeriram ir à Casa Branca", numa proposta que descreveu como corajosa, porque "não é fácil para eles fazerem isto".
Trump lamentou que as negociações com Teerão tivessem sido interrompidas "à última hora", em alusão à saída do processo de diálogo do executivo iraniano, logo após o início dos primeiros ataques israelitas, quando estava prevista para domingo uma nova ronda de negociações sobre o programa nuclear.
"Posso dizer o seguinte: o Irão tem muitos problemas e quer negociar. E eu perguntei-lhes: 'Porque é que não negociaram comigo antes?'", disse o líder dos Estados Unidos, acrescentando ainda que os iranianos "estão totalmente indefesos" e sem proteção aérea.
Na terça-feira, Donald Trump, que compara o Irão a um "'bully' no recreio da escola", afirmara que Washington sabia "onde se esconde" o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, mas afastava, "por enquanto", tomar a decisão de matá-lo.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, agradeceu hoje o apoio do líder da Casa Branca na "defesa dos céus de Israel", ao mesmo tempo que elogiou os ataques "com uma enorme força" contra o Irão.
"Agradeço-lhe por estar connosco e agradeço-lhe o apoio que os Estados Unidos nos dão na defesa dos céus de Israel", declarou Netanyahu num discurso televisivo, referindo-se a Trump como "um grande amigo" do Estado israelita.
No discurso, o primeiro-ministro indicou que Israel estava a "avançar, passo a passo, para eliminar" a ameaça nuclear iraniana e dos mísseis balísticos.
Israel lançou um ataque contra o Irão na madrugada de 13 de junho, alegando ter informações de que Teerão se aproximava do "ponto de não retorno" para obter uma bomba atómica.
Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo informações oficiais.
O Irão, que nega ter construído armas nucleares, ripostou com o lançamento de mísseis e drones contra várias cidades israelitas, cujas autoridades admitiram que pelo menos 24 mortos.
Leia Também: França vai "propor acordo negociado exigente" para Israel e Irão