"O solo, enfraquecido pelas chuvas recentes, infelizmente desabou sobre eles; houve deslizamentos de terra por toda a parte, e até ao momento recuperámos 23 corpos, mas as operações de busca continuam", disse Julien Kinyambisa, presidente da sociedade civil da cidade de Masisi, capital do território homónimo, que inclui a localidade de Rubaya, onde ocorreu o desabamento na quinta-feira.
O Kivu do Norte, como outras províncias do leste congolês, é rica em minerais como ouro e cobre, fundamentais para a indústria tecnológica no fabrico de telemóveis e de baterias para carros elétricos.
A RDCongo, que faz fronteira com Angola, sofreu chuvas torrenciais nos últimos meses, incluindo também na província vizinha de Kivu do Sul, onde pelo menos 199 pessoas morreram em maio devido às chuvas.
Os deslizamentos de terra são comuns na RDCongo devido à precariedade das construções e a um solo muito vulnerável à erosão nalgumas zonas, o que, em conjunto com a prática artesanal de exploração de minas, muitas vezes sem as devidas precauções de segurança, resulta em acidentes mortais.
As capitais destas duas províncias estão desde o início do ano sob o controlo dos rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) que, com o apoio do Ruanda - conforme confirmado pelas Nações Unidas e vários países - combate o Exército da RDCongo e as suas milícias aliadas no leste do país.
O leste da RDCongo está mergulhado desde 1998 num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão da ONU no país (Monusco).
Leia Também: RDCongo. Kinshasa e Kigali aprovam acordo de paz a assinar em Washington