Hong Kong censura eventos escolares associados ao 4 de Julho

As autoridades educativas de Hong Kong "sugeriram" às escolas da cidade que se abstenham de atividades relacionadas com o Dia da Independência dos Estados Unidos, a 4 de julho, sob risco de violação da Lei de Segurança Nacional.

hong kong flag, bandeira

© Getty Images

Lusa
21/06/2025 06:37 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Hong Kong

Nas últimas semanas, o Gabinete de Educação emitiu "avisos cordiais" às escolas, instando-as a estarem mais atentas a possíveis iniciativas relacionadas com o feriado norte-americano, especialmente as promovidas pelo Consulado dos Estados Unidos em Hong Kong.

 

Um diretor de escola citado pelo diário South China Morning Post na sexta-feira confirmou ter recebido um aviso verbal sobre as possíveis consequências legais da participação em tais eventos, uma medida que faz parte de uma campanha mais vasta das autoridades de Hong Kong para eliminar a "resistência branda" na educação.

A Secretária da Educação, Christine Choi, declarou esta semana aos meios de comunicação social locais que as escolas são a "primeira trincheira" para combater as "forças hostis", que podem infiltrar-se através de atividades extracurriculares, como feiras do livro ou eventos culturais, com conteúdos considerados "inadequados".

Choi denunciou as táticas de "resistência suave" que disfarçam as mensagens anti-chinesas nos materiais didáticos ou nas atividades quotidianas, sublinhando a necessidade de transformar os campus em bastiões para construir uma geração "leal à China e a Hong Kong".

Em 18 de junho, a página do Facebook Edu Lancet, gerida pelo antigo funcionário Hans Yeung, publicou uma mensagem de um diretor de escola que instava os professores a evitarem as celebrações do 04 de julho para não infringirem a Lei de Segurança Nacional, imposta por Pequim em junho de 2020, após os enormes protestos pró-democracia de 2019.

A lei, que pune a subversão, a secessão, a conivência com forças estrangeiras e o terrorismo com penas que podem ir até à prisão perpétua, deu à polícia poderes alargados, desencadeando centenas de detenções e novos precedentes legais, enquanto dezenas de grupos da sociedade civil desapareceram.

A partir do ano letivo de 2023-2024, os novos professores das instituições públicas, das escolas subsidiadas diretamente e dos jardins-de-infância devem passar um exame sobre a Lei Básica - a mini-constituição da Região Administrativa Especial de Hong Kong - e a Lei de Segurança Nacional, no âmbito das medidas de promoção da educação patriótica.

Este novo episódio traduz um controlo crescente sobre o setor da educação de Hong Kong, onde o governo procura alinhar as atividades e os conteúdos com os princípios de segurança nacional de Pequim.

Organismos internacionais como a ONU e organizações de direitos humanos criticaram esta legislação por restringir as liberdades fundamentais, argumentando que limita a liberdade de expressão e de associação.

As autoridades locais, por sua vez, argumentam que a legislação restaurou a estabilidade após anos de turbulência política.

Leia Também: Hong Kong e Macau aconselham residentes a abandonar Irão e Israel

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