O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse, esta terça-feira, que o Conselho de Ministros continua reunido "a aprofundar a avaliação de tudo o que aconteceu" e a "promover o mais rápido restabelecimento de todos os serviços públicos", tendo anunciado que o Governo vai criar uma comissão técnica independente e pedir uma auditoria europeia para avaliar os sistemas elétricos dos países afetados pelo apagão de segunda-feira.
"Quero dar nota que o nosso país teve uma resposta altamente positiva e forte face a uma circunstância que foi grave, inédita e inesperada", começou por dizer Montenegro, a partir de São Bento, agradecendo aos portugueses e a todos os profissionais que continuaram a trabalhar no dia de ontem.
"Estamos preparados para viver dias bons, mas também menos bons", acrescentou.
Segundo Montenegro, "todos os 6 milhões e 400 mil clientes de eletricidade em Portugal estão a ser alimentados". "O sistema está a funcionar com a produção nacional", notou.
"Conseguimos fazer o reinício do sistema de produção de energia. Temos neste momento o sistema a funcionar de forma autónoma. É importante que saibam que os portugueses e as portuguesas saiba que temos capacidade de reiniciar o sistema de energia e, depois, o seu transporte a todos os clientes", frisou ainda.
O primeiro-ministro notou que o apagão "não tem a ver com falta de capacidade de capacidade de produção e distribuição em Portugal", mas sim "a ligação".
Além disso, destacou a reposição à normalidade dos diferentes serviços e assegurou que ao nível da segurança e proteção civil não houve preocupações de maior e os serviços de saúde estão estabilizados.
Os serviços essenciais "estão a funcionar", destacou. O "restabelecimento foi mais rápido em Portugal do que em Espanha, não obstante Espanha ter interligação com França e Marrocos", sublinhou ainda.
Nesta senda, o primeiro-ministro anunciou que o Governo vai solicitar à agência de cooperação dos reguladores de energia da União Europeia "a realização de uma auditoria independente aos sistemas elétricos dos países afetados para o apuramento cabal das causas que tiveram na origem desta situação".
"Precisamos de respostas tão rápidas quanto urgentes. Naquilo que depende de nós não vamos poupar esforços no esclarecimentos dos portugueses perante um problema sério que não teve origem em Portugal", disse.
Além disso, o Governo decidiu também criar uma comissão técnica independente para avaliar a gestão desta crise, a resiliência do sistema elétrico e de infraestruturas, do sistema de proteção civil, de comunicações e da área saúde. A comissão será constituída por sete personalidades, um especialista da energia, outro das redes e sistemas de comunicações, um da proteção civil, outro da saúde, e três personalidades indicadas pela Assembleia da República.
O primeiro-ministro indicou ainda que o Executivo não vai prolongar nem agravar declaração de crise energética, que vai terminar às 23h59 do dia de hoje, e todos os prazos de cumprimentos de obrigações fiscais que terminavam ontem foram prorrogados até amanhã.
Recorde-se que um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
[Notícia atualizada às 14h10]
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