Primeiro psicadélico supre "necessidade muito sentida" na depressão

O presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) considerou hoje que o financiamento público do primeiro medicamento com escetamina, um psicadélico, "vem colmatar uma necessidade muito sentida" na área da depressão.

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Lusa
13/05/2025 06:53 ‧ há 3 horas por Lusa

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Saúde mental

"Como Presidente da SPPSM, só posso ver de uma forma muito positiva a aprovação de uma nova ferramenta terapêutica e seu financiamento em Portugal, que vem colmatar uma necessidade muito sentida na nossa população, em específico na área da depressão, nos casos mais resistentes. Acho que é uma boa notícia para todos", disse João Bessa, em declarações à Lusa.

 

O presidente da SPPSM, que falava no Auditório da Fundação Champalimaud, em Lisboa, onde será apresentado um conjunto de recomendações multidisciplinares sobre o uso clínico de substâncias psicadélicas, comentava assim a aprovação pelo Infarmed do primeiro psicadélico para depressão grave a usar em meio hospitalar

Em comunicado, a Autoridade Nacional para o Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) informa que o medicamento em causa (Spravato) passa a ser financiado, para uso em meio hospitalar, em adultos "com Perturbação Depressiva Major resistente ao tratamento, que não responderam a pelo menos três tratamentos diferentes com antidepressivos".

João Bessa, no entanto, lamentou o atraso na aprovação do Spravato, que já é usado "na maioria dos países europeus".

"Claramente peca por tardia, isto é, apesar da geração de evidência que tem sido realizada nos últimos anos nesta área e da aprovação desta nova ferramenta terapêutica na maioria dos países europeus, em Portugal só agora teremos esta hipótese financiada no Sistema Nacional de Saúde", referiu.

Segundo a decisão, de dia 07 de maio, o Spravato, em associação com outros dois antidepressivos, poderá ser usado "com estratégias de combinação ou potenciação oral, no episódio depressivo atual moderado a grave", em adultos que tenham realizado previamente psicoterapia e tenham resistência ou contraindicação à "terapêutica com eletroconvulsivoterapia", não tenham acesso ou tenham recusado esta terapêutica.

Esta informação surge no mesmo dia em que um grupo de trabalho que inclui as ordens dos médicos, farmacêuticos e psicólogos e o Conselho Nacional de Ética apresenta um conjunto de recomendações para o uso clínico de psicadélicos, defendendo que sejam enquadrados como medicamentos.

O documento com as recomendações, que será apresentado pelas 17:30, no Auditório da Fundação Champalimaud, teve a contribuição das ordens dos médicos, farmacêuticos e psicólogos, assim como do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

Leia Também: Infarmed aprova 1.º psicadélico para depressão grave a usar em hospitais

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