A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco mulheres por burla qualificada e branqueamento de capitais, no setor imobiliário, no Algarve, no âmbito de uma operação denominada "Chave na mão". Na lista de lesados estão mais de 20 pessoas, com prejuízos estimados superiores a sete milhões de euros.
A investigação começou por ser centrada numa empresária do setor que durante um ano, online, promoveu a venda de imóveis sem que os proprietários soubessem, sobretudo junto de investidores estrangeiros. Depois, os donos das casas eram "surpreendidos" com os "registos provisórios de venda das suas propriedades".
Para avançar com as burlas sem que as vítimas desconfiassem, a mulher, segundo o comunicado da PJ, celebrava "contratos de promessa de compra e venda desses imóveis em escritórios de solicitadoras localizadas na região do Algarve ou através de documentos por estas autenticados". Tudo sem conhecimento ou intervenção dos proprietários dos imóveis.
Algumas das vítimas chegaram a pagar mais de um milhão de euros como sinal. Valores que eram "apropriados pela suspeita".
Na sequência desta Operação "Chave na mão", a PJ fez três buscas a casas e quatro em escritórios, em que apreenderam um "elevado acervo documental probatório, equipamento informático, valores em numerário e joias".
Depois das buscas, as autoridades judiciárias admitem que existam ainda mais vítimas, uma vez que foram encontrados "documentos relativos a negócios ainda desconhecidos" e feitas novas queixas que envolvem pagamentos de mais de 2.700.000 euros.
A investigação, que começou no ano passado, foi feita pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão, com a colaboração da Diretoria do Sul, e contou contou com a presença de vários magistrados judiciais e do Ministério Público, assim como de representantes da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução.
As cinco suspeitas vão ter agora o primeiro interrogatório judicial, onde ficarão a conhecer as medidas de coação.
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