De acordo com o relatório mensal da EDMO divulgado hoje, dos 1.551 artigos intercetados pelas 33 organizações que constituem a rede de verificação de factos, 150 (10%) centraram-se na desinformação relacionada com a Ucrânia e 117 (8%) sobre desinformação relacionada com a UE.
Além disso, 98 (6%) eram sobre desinformação referente à imigração, 83 (5%) sobre desinformação referente às alterações climáticas, 63 (4%) sobre desinformação relacionada com a Covid-19, seguindo-se a desinformação relacionada com as questões LGBTQ+ e de género, com 14 artigos (1%) e 13 (1%) sobre o conflito regional no Médio Oriente.
"Depois de terem aumentado em março e abril, as informações falsas sobre a guerra na Ucrânia diminuíram seis pontos percentuais [passando de 16% em março para 10% em abril], voltando aos valores que tinha no final de 2024", lê-se no relatório, acrescentando que este facto pode dever-se ao impasse nas negociações, bem como à relativamente menor cobertura mediática sobre o assunto.
"A Ucrânia é um alvo recorrente de desinformação, tanto estrangeira como nacional, em muitos países da UE. As principais narrativas de desinformação detetadas em abril descrevem os ucranianos como parasitas (ou perigosos e violentos), exageram a oposição ao apoio à Ucrânia e retratam o Presidente Volodymyr Zelensky e a sua mulher, Olena, como cobrardes e corruptos e/ou pessoas toxicodependentes", lê-se no relatório.
Também a desinformação que circulou na Roménia em abril, antes da primeira volta das eleições, centrou-se em retratar negativamente tanto a Ucrânia como os seus refugiados, com o mesmo a acontecer antes da primeira volta das eleições na Polónia.
Já a desinformação relacionada com a UE estabilizou depois de ter aumentado nos últimos meses, enquanto as histórias falsas sobre o tema das alterações climáticas subiram ligeiramente, provavelmente em consequência do apagão em Espanha.
A percentagem de histórias de desinformação que utilizaram conteúdos gerados por inteligência artificial (IA) manteve-se em abril, assemelhando-se aos valores de março, sendo que, dos 1.551 artigos de verificação de factos, 103 (7%) abordaram a utilização desta tecnologia na desinformação.
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