De acordo com um relatório divulgado hoje pelo EDMO, "com as eleições legislativas agendadas para dia 18 de maio, a desinformação começou imediatamente a explorar o incidente do apagão, que ocorreu a 28 de abril" na Península Ibérica, ao mesmo tempo que foram detetadas muitas teorias da conspiração, bem como desinformação consistente com as conhecidas narrativas de desinformação russas.
O relatório menciona que foi falsamente afirmado que os media ocidentais e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acusaram erradamente a Rússia de ser responsável pelo apagão.
Por exemplo, um texto atribuído à CNN, aparentemente assinado por Bruxelas, apontava "grupos russos apoiados pelo Estado" como responsáveis por um suposto ciberataque que teria atingido 15 países europeus.
O artigo, que incluía declarações falsas atribuídas à presidente da Comissão Europeia não foi publicado na CNN, tendo inclusive a CNN Portugal desmentido a informação.
No caso de apagão, as histórias falsas promoviam várias teorias da conspiração, por exemplo, sobre um "fenómeno atmosférico raro" e uma "vibração atmosférica induzida", atacaram as políticas 'verdes', espalharam o medo, o exagero e o pânico, salienta o relatório.
Em Portugal, uma parte significativa dos conteúdos falsos detetados é coerente com as operações de desinformação russas em curso para desacreditar os media ocidentais e criar confusão na sociedades ocidentais.
Recentemente, foi identificada uma campanha de desinformação pró-Rússia que estava a espalhar falsas alegações sobre o apagão em Espanha e Portugal nas redes sociais a atribuir a falha de energia às sanções europeias contra Moscovo.
Além do apagão, o relatório destaca ainda que os ucranianos foram alvo de uma história falsa que os acusa de estarem a conspirar para obter cidadania portuguesa, sendo a União Europeia (UE) acusada por uma história falsa (detetada também na Grécia, Polónia, Eslovénia, Bulgária e França) de planear a substituição do dinheiro em numerário pelo "euro digital" dentro de alguns meses.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou, a 28 de abril passado, Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
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