Marcelo Rebelo de Sousa assumiu estas posições durante e depois de uma sessão do programa "Encontros no Palácio de Belém", que hoje juntou o cantor e compositor António Zambujo com turmas do ensino secundário.
Interrogado pelos jornalistas sobre a confirmação feita na quarta-feira pelo ex-chefe do Estado Maior da Armada Henrique Gouveia e Melo de que irá candidatar-se às presidenciais de 2026, o chefe de Estado recusou fazer qualquer comentário.
Questionado sobre a não divulgação pelo Governo cessante PSD/CDS-PP do número exato de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina, Marcelo Rebelo de Sousa enquadrou o assunto como "uma questão antiga, muito antiga" e "um problema importante sobretudo a pensar no próximo ano eletivo".
"Nós estamos já, de facto, a caminhar para junho e os anos eletivos preparam-se -- é a minha experiência, já fui diretor de escola -- com muita antecedência. Aquilo que vai arrancar entre final de agosto e princípio de setembro tem de estar preparado, obviamente, numa altura como esta", considerou.
Antes, durante a sessão de hoje dos "Encontros no Palácio de Belém", o Presidente da República fez um agradecimento aos professores.
"Eu, como professor, queria agradecer especialmente aos professores. Porque vocês devem muito a muita gente, à vossa família, aos vossos amigos, aos vossos parentes, aos vossos companheiros de vida. Agora, os professores são essenciais. E então nessa fase, são essenciais na vossa vida", declarou, dirigindo-se aos alunos.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que, quando terminar "esta experiência" na chefia do Estado, "que está quase, quase, quase, faltam nove meses", quer "percorrer o país a dar aulas no secundário e no fim do básico, porque é um momento crucial em que se definem as pessoas".
"Não são aulas tradicionais, isso não era possível. Vou aceitar atividades extracurriculares, como tenho feito, mas aceitar de forma sistemática, com uma certa periodicidade, pego num tema e trato", explicou, depois, aos jornalistas.
Ao ser interrogado sobre a candidatura presidencial de Gouveia e Melo, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que não comenta os seus antecessores nem possíveis sucessores "por uma questão de cortesia", mas sobretudo pela ideia que tem "sobre o que significa o cargo" que exerce.
"A minha visão sobre o cargo é continuidade institucional. Quer dizer, passam as pessoas, mas continua o cargo. E, portanto, em relação a concorrentes a eleições, todos, mas em particular as presidenciais, antigos presidentes, futuros presidentes, não tenciono dizer nada", afirmou.
A comunicação social perguntou-lhe, primeiro, se considerava o anúncio da candidatura presidencial de Gouveia e Melo precipitado ou ruído, por ser em período oficial de campanha para as legislativas, sem obter resposta.
A seguir, insistiu no tema, perguntando se faz sentido misturar as duas eleições. "Não digo nada, porque o que dissesse era um juízo de opinião sobre uma decisão de uma pessoa", retorquiu o Presidente da República.
[Notícia atualizada às 17h01]
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