Elementos da GNR e da Marinha investigados por ligações ao grupo neonazi

Pelo menos um militar da GNR e um fuzileiro da Marinha estão na mira das investigações ao Movimento Armilar Lusitano (MAL). O primeiro está atualmente em licença de serviço e a viver na Polónia. O segundo é suspeito de ter entregado fardas camufladas a um dos arguidos neste caso.

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© Reuters

Notícias ao Minuto
22/06/2025 08:52 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto

País

MAL

Além do agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) que se encontra em prisão preventiva por recrutar membros para o Movimento Armilar Lusitano (MAL), há outros elementos das forças de segurança sob investigação por ligações ao grupo neonazi.

 

De acordo com a SIC Notícias, trata-se de um elemento da Guarda Nacional Republicana (GNR), atualmente em licença de serviço, e de um fuzileiro da Marinha.

Ambos são suspeitos de terem fornecido armas e munições ao chefe da PSP envolvido no caso, Bruno Gonçalves, e de terem entregado fardas camufladas a outro dos quatro arguidos que se encontram agora em prisão preventiva.

No caso do militar da GNR, está atualmente de licença e a viver na Polónia, onde estará a trabalhar no comércio de armas.

Já o fuzileiro da Marinha terá, em 2023, entregue um saco de fardas camufladas a um dos arguidos que se encontra atualmente detido.

Ainda segundo aquela estação televisiva, um dos alegados cabecilhas foi alferes e tenente do Exército entre 2003 e 2006. Em 2008 acabaria por entrar na PSP, no departamento de armas e explosivos, até passar, em 2016, para a Polícia Municipal de Lisboa.

Recorde-se que o agente Bruno Gonçalves é um dos quatro arguidos que ficou em prisão preventiva, dos seis suspeitos de pertencerem ao MAL que foram detidos na passada terça-feira.

Entretanto, têm sido conhecidos outros detalhes da investigação, nomeadamente que seria este elemento o responsável pelas entrevistas presenciais de recrutamento para entrar no grupo neonazi.

Chefe da PSP seria responsável por recrutamento para grupo neonazi

Chefe da PSP seria responsável por recrutamento para grupo neonazi

O agente da PSP, que antes de ser detido na terça-feira estava na Polícia Municipal de Lisboa, é um dos três fundadores do grupo neonazi, criado em 2018. Os outros dois fundadores são um motorista de pesados, que também foi detido na terça-feira, e uma segurança da área privada.

Lusa | 20:53 - 19/06/2025

Sabe-se ainda que Bruno Gonçalves integrou as listas do partido Ergue-te à Assembleia Municipal de Lisboa como suplente, na eleição de 26 de setembro de 2021.

O chefe da PSP surgia no 15.º lugar da lista dos candidatos suplentes do partido ultranacionalista de extrema-direita ao órgão autárquico, apesar da incompatibilidade com as funções que exercia naquela força de segurança.

Já em 2022, o nome de Bruno Napoleão Gonçalves consta de uma lista referente à "concessão da medalha de comportamento exemplar a polícias da PSP relativas ao 2.º trimestre de 2022". O documento, datado de 3 de julho de 2023, dá conta de que o agente foi reconhecido com uma medalha de prata por “comportamento exemplar”, a 2 de abril do ano anterior.

De acordo com a SIC Notícias, a Direção Nacional da PSP desconhecia qualquer ligação do agente à política. Lembrou, de qualquer modo, que a filiação é incompatível com as funções, bem como que a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) tem competências para abrir um processo disciplinar, à semelhança do exercido pela Polícia Municipal de Lisboa.

PSP membro do MAL nas listas do Ergue-te (e recebeu medalha do Estado)

PSP membro do MAL nas listas do Ergue-te (e recebeu medalha do Estado)

O chefe da PSP surgia no 15.º lugar da lista dos candidatos suplentes do Ergue-te à Assembleia Municipal de Lisboa, na eleição de 26 de setembro de 2021. Já em 2022, foi reconhecido pelo Estado e recebeu uma medalha de prata por "comportamento exemplar".

Daniela Filipe | 09:06 - 21/06/2025

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na terça-feira, seis suspeitos de pertencerem ao MAL, tendo quatro ficado em prisão preventiva e dois sujeitos à obrigação de apresentação periódica.

Quatro dos arguidos foram indiciados pelo "crime de infrações relacionadas com grupo terrorista e, cada um, também, pela prática de crimes de infração terrorista, relacionada com a detenção e fabrico de armas em 3D com intenção terrorista". Já os dois outros detidos, que serão pais de dois dos arguidos, foram indiciados por "crimes comuns de detenção de arma proibida".

O MAL ambicionava tornar-se num movimento político apoiado por um grupo paramilitar. Os membros estavam, por isso, "a armar-se" e a "recrutar pessoas", para garantirem que tinham "capacidade de treino tática para uma ação" de larga escala.

Leia Também: Da forma física à aptidão militar. O que era preciso para entrar no MAL?

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