Num discurso durante um jantar na Casa do Alentejo, em Lisboa, Rui Rocha abordou os avisos deixados pelo porta-voz do Livre Rui Tavares hoje de manhã, no debate das rádios, de que, segundo as sondagens mais recentes, a direita poderá estar perto de obter os dois terços de deputados necessários para conseguir rever a Constituição da República Portuguesa.
"O Rui Tavares veio com o medo da revisão constitucional. Pois, eu quero-vos dizer que sim, nós queremos rever a Constituição. 51 anos depois do 25 de Abril, é tempo de acabar com o socialismo na Constituição. É tempo de pôr na Constituição que o caminho não é o do socialismo, o caminho é mesmo de mais de liberdade. É isso que nós desejamos", afirmou.
O líder da IL aludia ao preâmbulo da Constituição da República, em que se lê que a Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de "abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno".
Para lá desta proposta de revisão da Constituição, Rui Rocha dedicou uma grande parte do seu discurso às propostas do partido para a habitação, considerando "um escândalo" que haja jovens que não conseguem sair de casa dos pais, quem terminou relações fique a viver junto ou quem não aproveite oportunidades profissionais devido ao preço do alojamento.
"E nós vamos começar já, a partir de dia 18, a resolver isto com coragem, fazendo aquilo que mais nenhum partido até agora fez, nem a esquerda, nem a AD: baixando o IVA da construção para 6%. Porque estamos cansados, estamos cansados de ver jovens, famílias, profissionais à espera de uma casa para morar e não ter", referiu.
Rui Rocha disse ainda que a IL quer "simplificar a burocracia no licenciamento da habitação" e, no mercado do arrendamento, garantir que as casas que estão fechadas vão para o mercado de arrendamento.
As casas "estão fechadas porquê? Porque os proprietários não têm confiança. Olham para a realidade e dizem: 'eu tenho medo de colocar casas no mercado'. (...) Tem de haver confiança. Vamos trabalhar na confiança, vamos descer impostos e vamos trabalhar na justiça para que essas casas que existem venham já para o mercado", disse.
Numa alusão ao facto de hoje terem começado as inscrições para o voto antecipado, Rui Rocha disse que quem estiver "mesmo com muita vontade de acelerar Portugal, pode-se inscrever já no voto antecipado e votar já no dia 11" e deixou uma garantia aos membros da IL que o ouviam sobre o que fará o partido no dia a seguir às eleições.
"O dia seguinte será de uma coligação permanente, uma coligação sólida, consistente com os portugueses. É esse o dia seguinte da IL", disse.
Antes de Rui Rocha, a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, disse que, para o partido conseguir implementar o seu projeto, precisa de "mais força".
"Só com um resultado reforçado nas eleições podemos garantir que as nossas propostas serão implementadas e, mais importante ainda, que o país começará a caminhar no caminho certo. Este não é apenas um apelo político, é um apelo à mudança real", disse.
Mariana Leitão afirmou que "este é o momento" da IL e disse que o partido sabe o que é preciso para "mudar a trajetória do país".
"Temos as soluções reais de quem os enfrenta todos os dias. Problemas que outros ignoram, fingem não ver ou simplesmente não têm a coragem de resolver. (...) O país precisa de um novo rumo, de uma nova visão, de um novo modelo de desenvolvimento. E só a IL tem a coragem e a capacidade para liderar essa transformação", sustentou.
[Notícia atualizada às 23h02]
Leia Também: Pedro Nuno compara caminho na saúde da AD e IL com o dos EUA