Esta posição foi transmitida por Luís Montenegro em declarações aos jornalistas, depois de ter almoçado com oito antigos líderes do PSD, no dia do 51º aniversário do partido.
Interrogado se vai pedir aos eleitores uma maioria absoluta, o atual primeiro-ministro e líder da AD -- coligação PSD/CDS respondeu: "Os portugueses dirão qual é a melhor maneira de expressar uma coisa que me parece que é relativamente consensual na sociedade portuguesa".
Luís Montenegro manifestou-se certo de que "os portugueses estão fartos de eleições, querem resolver o problema do Governo para quatro anos e, portanto, terão de optar".
"Quero acreditar que a reflexão que os portugueses vão fazer é a reflexão correta. Eu aceitarei o juízo dos portugueses e tenho a certeza que o juízo dos portugueses vai ser o de reforçar esta maioria", declarou.
A seguir, referiu-se aos 51 anos de história do PPD/PSD, designadamente, aos momentos em que o partido foi derrotado nas urnas.
"Agradeço mesmo de forma penhorada a todos aqueles que me antecederam [na liderança do PSD], nos períodos de Governo e nos períodos da oposição. Entendo que os portugueses decidiram sempre bem em relação às decisões fundamentais que tinham à sua frente nos momentos históricos em que as tomaram", sustentou.
Depois, ressalvou o seu caso pessoal nesta matéria. "Isto não quer dizer que nas alturas em que perdemos eleições eu não estivesse convictamente do lado da nossa proposta, mas tenho de saber interpretar aquilo que é o sentimento dos portugueses", justificou.
O presidente do PSD disse que sempre defendeu a tese segundo a qual "não são as pessoas que estão erradas quando se perde eleições".
"Somos nós que, por alguma razão, não fomos capazes de transmitir da melhor maneira possível aquilo que tínhamos para apresentar relativamente às nossas ações. E é com esse espírito de humildade que digo: Acredito nos portugueses", completou.
Perante a insistência dos jornalistas sobre a questão da maioria absoluta, Luís Montenegro disse que, durante o almoço com antigos líderes do partidos, se falou "da hipótese de transformar o trabalho realizado neste ano numa maioria maior, através do julgamento soberano do povo português".
"As pessoas não precisam de estar todos os anos a dar a sua opinião sobre o caminho da governação. Esse é hoje o processo de reflexão que está diante dos portugueses e para o qual contribuiremos com as nossas ideias, com as nossas propostas, com a nossa equipa, com a nossa liderança. É preciso que o país junte a à estabilidade económica e financeira a estabilidade política", acrescentou.
[Notícia atualizada às 16h39]
Leia Também: Durão Barroso elogia "integridade pessoal" e experiência de Montenegro