Fernando Medina, antigo ministro das Finanças, acusou o Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP) de ceder ao Chega em matéria de imigração e considerou que "a saída de imigrantes terá um impacto penoso" no país caso o Executivo não aposte na sua "integração".
"A grande questão que levou à imigração dos últimos anos foi, fundamentalmente, o crescimento da economia portuguesa. Nós não tenhamos a menor das dúvidas: no dia que Portugal entrar na próxima recessão económica, deixaremos de ouvir falar de qualquer problema de imigração no nosso país porque uma parte importante dos migrantes saíram", apontou o socialista numa entrevista à Renascença.
Para Medina, a imigração tem crescido em "resposta a necessidades económicas" e "o ponto central" das políticas associadas não deve estar na "restrição", mas sim "na integração".
"Temos de ser capaz de fazer uma integração o mais rápido possível da comunidade migrante que temos porque, se não o fizermos, o que acontecerá numa próxima recessão económica é que a saída destes imigrantes terá um impacto económico e financeiro extraordinariamente penoso para o nosso país", considerou o também antigo presidente da Câmara de Lisboa.
Para o ex-governante, o programa do Governo "está mal, profundamente errado" nesta matéria de integração "e cede ao Chega". Fernando Medina admite que "não é fácil", mas "sabemos como fazer".
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