"Como é que nunca houve um evento de tecnologia com 'startups' de países onde se fala português?", questionou à Lusa Pedro Fernandes Lopes, que lidera uma delegação com 10 pessoas e quatro 'startups' do país no Web Summit Rio 2025.
Para o secretário de Estado cabo-verdiano, tem de haver vontade política para que os lusófonos sejam capazes de dar oportunidades aos jovens para este novo mercado de trabalho.
"A juventude quer estar presente neste tipo de eventos, tem ideias (...), eu acredito que há que dar uma oportunidade a uma nova geração", frisou Pedro Fernandes Lopes enaltecendo o esforço que o seu país tem feito, estando presente em todas as edições da Web Summit no Rio.
"Deixamos este desafio, para ver se conseguimos mais 'startups' de países lusófonos (...), precisamos estar cada vez mais unidos", disse, referindo-se ao facto de apenas Portugal, Brasil e Cabo Verde estarem presentes nesta edição na 'cidade maravilhosa'.
Para o governante, a juventude lusófona tem talento e ideias, mas carece de apoio institucional consistente para participar em eventos internacionais, desenvolver negócios e fortalecer ligações.
"Não podemos continuar com esta ideia que os jovens não participam no desenvolvimento dos seus países, quase como se nós quiséssemos que os jovens pudessem contribuir da mesma forma que os seus pais ou os seus avós fizeram", sublinhou.
O governante participou em todas as três edições da Web Summit no Rio de Janeiro para, disse, demonstrar ao gigante sul-americano as capacidades que Cabo Verde tem em tornar-se numa ponte do Brasil para a Europa e África.
Na segunda-feira, o responsável cabo-verdiano participou de uma reunião bilateral com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos e no domingo assinou um memorando com a Câmara de Comércio Portuguesa do Rio de Janeiro, que prevê missões empresariais a Cabo Verde e a criação de um circuito de colaboração empresarial luso-brasileiro-africano.
Um dos objetivos da delegação Cabo-verdiana foi a de mostrar e apresentar o novo parque tecnológico ao público e empresários brasileiros.
Influenciadores e investidores brasileiros estarão presentes na abertura, a 05 de maio, do novo parque tecnológico de Cabo Verde de forma a apoiarem a "explosão tecnológica" do país africano, disse
O Parque Tecnológico de Cabo Verde, para já em fase de teste, já acolhe mais de 300 pessoas de 10 nacionalidades, com várias 'startups' e empresas tecnológicas a operar no espaço.
O objetivo é posicionar Cabo Verde como um 'hub' digital atlântico, capaz de atrair talento e investimento de várias geografias, ligando África, Europa e América Latina.
[Notícia atualizada às 21h22]
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