Luís Miguel Brito Garcia Monteiro ficou conhecido apenas como Miguel no panorama futebolístico, com a particularidade de ter centrado toda a sua carreira na Península Ibérica. Passou do Sporting para o Benfica e terminou o percurso… em Valência.

Com família 'dividida' entre Guiné-Bissau e Cabo Verde, o antigo atleta nasceu em 1980, em Lisboa, onde se manteve durante largos anos até rumar a Espanha, sendo que começou a dar os primeiros passos na formação do Sporting, a partir de 1989.

Miguel subiu vários degraus das camadas jovens leoninas durante cinco anos, cruzando-se com figuras como Simão Sabrosa e Marco Caneira, mas sairia de Alvalade em 1994/95, rumo ao Alverca, seguindo-se Loures e Olhanense, antes da entrada para a formação do Estrela da Amadora, em 1996/97.

Duas épocas depois, o lateral-direito cumpriu o sonho de se estrear pela equipa principal dos tricolores, com quatro jogos realizados na reta final da I Liga. Por essa altura, já somava chamadas às seleções jovens de Portugal e até fez parte da conquista do Europeu de sub-18, em 1999.

Miguel despediu-se do clube da Luz com um total de 161 jogos em cinco épocas.© Getty Images  

Seguiu-se uma temporada de afirmação (com 30 jogos) na Reboleira e rapidamente chamou à atenção do Benfica, clube pelo qual jogou nas cinco épocas seguintes, na viragem do milénio.

Logo no primeiro ano, às ordens de José Mourinho, Toni e Jupp Heynckes, Miguel abriu a 'saqueta' de golos - dois em 26 jogos -, seguindo-se a melhor época da carreira a esse nível, com seis tentos certeiros em 29 partidas, sob o comando técnico de Toni e Jesualdo Ferreira. Já em 2002/03, Luiz Filipe Scolari começou a convocá-lo para a principal seleção nacional, cuja estreia aconteceu em fevereiro de 2003, diante de Itália (derrota por 1-0).

A partilhar balneário das águais - liderado por Jose Antonio Camacho - com figuras como Luisão, Petit, João Pereira, Pedro Mantorras e Nuno Gomes, o ex-defesa precisou de esperar por 2003/04 para ter um maior 'pedigree' europeu, entre Liga dos Campeões e Liga Europa, numa época em que viu bem de perto a trágica morte de Miklós Fehér em campo, em Guimarães, frente ao Vitória SC.

Por essa altura, Miguel brilhava com assistências e até terminou a época a festejar a conquista do seu primeiro troféu por um clube, a Taça de Portugal, antecedendo a participação no Euro'2004, realizado em território nacional. A fratura de duas costelas na final frente à Grécia (derrota por 1-0) forçou o antigo lateral a abandonar o encontro antes do intervalo de um jogo de desilusão para a nação portuguesa.

Miguel esteve em dois Europeus e em dois Mundiais, ao serviço da seleção das quinas.© Getty Images  

O fim do percurso no Benfica - com um total de 13 golos em 161 jogos - aconteceu em 2004/05, com a conquista do campeonato, com Giovanni Trapattoni ao leme. Por oito de milhões de euros deu-se a transferência para o Valencia, onde viria a estar durante sete anos consecutivos, marcados por três golos em 238 jogos, sendo que a única conquista foi a vitória na Taça do Rei, em 2007/08.

Ao serviço da seleção nacional, Miguel somou 59 internacionalizações (com apenas um golo apontado), com destaque também para as participações no Euro'2008 e nos Mundiais de 2006 e 2010. O ponto final na carreira de futebolista aconteceu aos 32 anos, em 2011/12, já depois de enfrentar algumas polémicas fora dos relvados, sobretudo quando o seu nome foi associado a um tiroteio num bar da Costa da Caparica, em 2010.

A verdade é que o antigo internacional português desapareceu dos holofotes ao longo dos últimos anos, sendo que a mais recente 'aparição' aconteceu nas celebrações do Dia do Pai, numa iniciativa organizada pelo Sporting no passado mês de março.

Pai de Bárbara Garcia, jovem atleta do clube de Alvalade, Miguel defendeu ter sido "gratificante" jogar com a sua filha e com as colegas de equipa, em declarações aos canais oficiais daquele que foi o seu primeiro clube da carreira.

Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica 'O que é feito de...?', que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento. 

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