Os adeptos leoninos começaram a fazer-se ouvir logo após o apito final em Alvalade, de cachecol ou bandeiras em punho, empoleirados nos carros, ao ritmo de 'buzinadelas' e cânticos, um pouco por toda a cidade transmontana.
A concentração fez-se, como é habitual, no Largo do Monumento, onde centenas de sportinguistas, de todas as idades, se foram juntando para festejar o bicampeonato.
Ana Ferro e Maria José Rocha chegaram a tempo dos primeiros 'fumos' verdes e do fogo-de-artifício de uma excursão organizada pela Junta de Freguesia para festejar o 'feito' do clube do coração.
Vestidas a rigor, mas já quase sem voz, a entoar "campeões, campeões", mostraram-se orgulhosas do percurso do 'conterrâneo' Rui Borges.
"É uma sensação única, ainda por cima com um treinador transmontano. Sempre acreditei no Rui Borges, que íamos ser campeões. Depois da saída do Rúben Amorim ainda sofremos muito, mas valeu a pena", frisou Maria José.
Sem esquecer o golo de Pote, natural de Vidago, no concelho de Chaves, as flavienses esperam que os dois transmontanos continuem no Sporting, lamentando a saída "quase certa" de Gyökeres.
Já Imara Sousa, de 19 anos, disse estar "feliz por ser sportinguista", paixão que herdou dos pais, além de emocionada.
"É uma emoção tremenda, não há palavras. Acreditei sempre que íamos ser campeões e temos aqui o resultado da prestação do Rui Borges. Foi uma época com altos e baixos, mas estamos a ser campeões de novo e isso é o que importa", reiterou.
Também João Pinto, de 17, natural de Leiria, disse estar "sem palavras" para descrever o que sentia.
"É uma sensação indescritível. Até aos meus 13 anos estava sempre a ser gozado pelos meus amigos por nunca ter sido campeão e agora, nos últimos cinco anos, o Sporting ganhar três [vezes o campeonato], demonstra que alguma coisa mudou", defendeu.
O jovem comparou a temporada 2024/2025 a uma verdadeira "montanha-russa", desejando agora que o treinador transmontano continue a 'comandar' os leões.
"Se [o Rui Borges] consegue pegar numa equipa que estava completamente destroçada e ser campeão, demonstra claramente que merece continuar no Sporting", defendeu.
O pai, João Carlos Pinto, cuja euforia contrastava com o desânimo de alguns adeptos benfiquistas que iam passando por ali, afirmou que o Sporting fez por merecer o que apelida de "hegemonia".
"Sermos campeões três vezes em cinco anos começa a ser qualquer coisa de diferente, uma hegemonia de uma equipa que fez muito para a merecer. Devemos muito ao anterior treinador, mas este deu continuidade, ainda que tenha sido mais difícil, e estamos a voltar a colocar o Sporting no lugar onde merece", rematou.
O Sporting sagrou-se hoje bicampeão português de futebol, depois de vencer o Vitória de Guimarães, por 2-0, na 34.ª e última jornada da I Liga, conquistando o título pela 21.ª vez no seu historial.
No Estádio José Alvalade, em Lisboa, os 'leões', que só dependiam de si para revalidarem o título, marcaram por intermédio de Pedro Gonçalves, aos 55 minutos, com o sueco Viktor Gyökeres a ampliar o resultado aos 82, fazendo o 39.º golo no campeonato, no qual foi o melhor marcador.
O Sporting, orientado por Rui Borges, terminou a 91.ª edição do campeonato com 82 pontos, mais dois do que o Benfica, e assegurou o terceiro título em cinco anos, voltando a ser bicampeão 71 anos depois.