Queda do dólar ainda não impacta comércio externo em Timor-Leste

O Banco Central de Timor-Leste (BCTL) está a acompanhar o comportamento do dólar, mas salientou que a desvalorização não terá impacto no comércio externo do país, disse hoje o governador da instituição financeira, Hélder Lopes.

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Lusa
13/05/2025 08:26 ‧ há 4 horas por Lusa

Economia

Timor-Leste

"Atualmente, estamos satisfeitos porque o dólar continua forte em relação à rupia [indonésia]. Imagine se o dólar desvalorizasse face à rupia, quando importamos bens da Indonésia, os preços começariam a subir", explicou, quando questionado pelos jornalistas.

 

O responsável disse também que a maior parte do comércio externo de Timor-Leste é com a Indonésia, e enquanto o dólar continuar forte face à rupia indonésia, o país continuará a beneficiar dessa vantagem.

"Esperamos que o dólar se mantenha forte para facilitar as nossas importações. No entanto, quando o dólar está forte, também torna mais caro para outros países comprar os nossos produtos, o que prejudica as exportações", sublinhou.

Mesmo assim, explicou o governador, o BCTL continua a acompanhar a desvalorização do dólar face à libra esterlina e ao euro e eventuais "efeitos e complicações".

O governador do BCTL falava aos jornalistas no final de um encontro com o Presidente timorense, José Ramos-Horta, no Palácio Presidencial, em Díli.

Questionado sobre o encontro com o chefe de Estado, Hélder Lopes disse que foi debatida a possibilidade de Timor-Leste passar a usar a "sua própria moeda ou continuar a usar o dólar".

"Para usarmos uma moeda própria, é necessário um consenso entre os líderes, de modo a garantir que, uma vez adotada, a nova moeda funcione bem", afirmou.

Timor-Leste adotou o dólar americano em 2002 com a restauração da independência.

Num estudo divulgado em dezembro passado, o Fundo Monetário Internacional afirmou que o dólar ajudou Timor-Leste a alcançar uma inflação baixa e estável, mas que poderá estar a contribuir para o "enfraquecimento da competitividade do setor privado".

"Com o comércio a orientar-se cada vez mais para a ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] e com o fim da produção petrolífera, os fatores cíclicos que influenciam a economia timorense estarão cada vez menos ligados aos Estados Unidos, o que aumenta o custo da utilização do dólar", refere o estudo.

O estudo salienta que, para melhorar o desempenho económico com o dólar, Timor-Leste precisa de reduzir os desequilíbrios orçamentais e fazer reformas que "enfrentem os estrangulamentos estruturais que afetam o setor privado".

"Embora a escolha do regime cambial pertença às autoridades", o FMI considera que aquelas reformas são importantes, quer para fortalecer a economia com a utilização do dólar, quer como pré-requisitos para a introdução de uma moeda nacional.

Leia Também: Presidente timorense nomeia novo procurador-geral da República

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