Portugal demorou mais três horas do que Espanha para reiniciar a energia no apagão elétrico de 28 de abril. As conclusões são do relatório preliminar da Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade (ENTSO-E, na sigla em inglês).
Segundo os dados, Espanha arrancou com o processo de 'acender a luz' às 13h30 CET (12h30 na hora de Lisboa), ao passo que em Portugal esse processo só começou às 16h11 e 17h26 CET (15h11 e 16h26 na hora de Lisboa).
Significa isto que Portugal demorou quase três horas a reiniciar a eletricidade do que o país vizinho.
De acordo com o documento, só às 15h11 e 16h26 as "duas centrais com capacidade de black start em Portugal tiveram sucesso no seu processo de arranque após tentativas anteriores sem sucesso, permitindo iniciar a restauração do processo em Portugal com duas ilhas".
Já aqui ao lado, uma hora após o apagão, "várias centrais hídricas em Espanha com capacidade black start lançaram os seus processos para iniciar a restauração do sistema".
As duas centrais portuguesas pertencem à EDP (a de Castelo do Bode) e à EML (dona da central a gás da Tapada do Outeiro), sendo que o Jornal Económico, que avançou com notícia, pediu um comentário às duas empresas, com a EML a rejeitar responder "neste momento".
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
A ENTSO-E anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como "excecional e grave", e que deixou Portugal e Espanha às escuras.
Este painel de peritos terá de elaborar um relatório factual que constituirá a base do relatório final até o prazo máximo de 28 de outubro deste ano. Já o relatório final sobre a investigação do incidente deverá ser publicado, o mais tardar, até 30 de setembro de 2026.
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