Empresas de eletricidade negam incumprimentos de obrigações no apagão

A associação espanhola de empresas de energia (Aelec), de que fazem parte Iberdrola, Endesa e EDP, garantiu que as empresas do setor cumpriram com todas as obrigações legais no dia do apagão de 28 de abril.

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Lusa
18/06/2025 16:41 ‧ há 4 horas por Lusa

Economia

Apagão

As empresas "cumpriram com os requerimentos regulatórios em matéria de controlo de tensão" e até operaram no dia do apagão "acima das obrigações regulatórias para contribuírem para a estabilidade do sistema elétrico", segundo um comunicado da associação citado hoje por meios de comunicação social espanhóis.

 

Segundo a Aelec, a empresa Red Eléctrica, a operadora do sistema de eletricidade de Espanha, é que não garantiu o controlo da tensão na rede em 28 de abril, apesar de "dispor de recursos suficientes".

No entanto, a REE "decidiu não despachar" e preferiu "gerir a tensão com uma capacidade síncrona limitada e uma distribuição geográfica desequilibrada", acrescentou a associação.

O Governo de Espanha apresentou na terça-feira as conclusões da comissão de investigação que constituiu para apurar as causas do apagão e revelou que o colapso elétrico se deveu a uma "combinação de fatores" que causaram elevada sobrecarga de tensão na rede elétrica espanhola que o sistema foi incapaz de controlar ou absorver, apesar de haver infraestrutura suficiente de resposta.

O executivo atribuiu responsabilidades a uma "má planificação" por parte da Red Elétrica de Espanha (REE) e a falhas na resposta a que estavam obrigadas empresas produtoras de energia, com suspeitas de incumprimento dos protocolos previstos para situações de sobrecarga de tensão.

Também a Red Elétrica atribuiu hoje o apagão a incumprimentos de obrigações por parte das empresas produtoras de energia, mas rejeitou as acusações de "má planificação".

"Se os geradores com obrigação de cumprimento de controlo dinâmico de tensão - os geradores ligados ao sistema no momento do incidente - tivessem cumprido, não teria havido apagão", disse a diretora geral de Operação da Red Elétrica, Concha Sánchez, numa conferência de imprensa.

Segundo a REE, o apagão resultou de uma série de circunstâncias que se acumularam e desembocaram num problema de sobrecarga de tensão que levou à paragem em cascata das instalações de produção de energia.

O inquérito da REE concluiu que foram registadas oscilações relevantes no sistema a partir das 12:03 locais de 28 de abril (meia hora antes do apagão), com a primeira a ter sido, aparentemente, "forçada" e a resultar de possíveis anomalias internas numa unidade de produção.

Seguiram-se, segundo a REE, perdas de produção no sistema, por terem sido desligadas unidades de forma "incorreta".

A primeira oscilação ocorreu numa instalação fotovoltaica em Badajoz, que estava nesse momento ligada à rede de transporte de eletricidade, revelou a REE, sem dar mais detalhes.

Seguiram-se então apagões de geração que levaram ao apagão total, com o primeiro a ocorrer na zona de Granada e a ter sido feito de forma "incorreta", incumprindo obrigações, uma vez que nesse momento a tensão no sistema estava "totalmente dentro dos limites" estabelecidos legalmente.

Assim, de acordo com a REE, essas primeiras desconexões "não justificadas" de unidades de produção aliadas à falta de absorção da sobrecarga a que estavam obrigados os geradores de eletricidade, levou a sobrecargas de tensão já fora de limites normais e ao apagão, sem possibilidade de acionar mecanismos de defesa e equilíbrio do sistema.

A REE recusou uma "má planificação" da empresa nos dias e horas anteriores ao apagão, como apontou o Governo espanhol, defendendo que o colapso teria sido evitado se as empresas com unidades de produção tivessem cumprido as obrigações que tinham naquele dia, por solicitação do operador.

Nem o relatório apresentado pelo Governo espanhol, nem a investigação da REE revelam os nomes das empresas visadas, invocando, nos dois casos, questões legais de confidencialidade.

Leia Também: Operador da rede espanhola culpa produtoras de eletricidade por apagão

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