Tribunal proíbe Trump de usar lei do séc. XVIII para expulsar venezuelanos

Um juiz federal do Texas proibiu, na quinta-feira, o governo norte-americano de usar a Lei dos Inimigos Estrangeiros, do século XVIII, para acelerar a expulsão de um grupo de venezuelanos detidos num centro de migrantes.

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© Al Drago/Bloomberg via Getty Images

Lusa
02/05/2025 06:19 ‧ há 10 horas por Lusa

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EUA

Esta é a segunda decisão judicial no mesmo sentido: o juiz Fernando Rodriguez, nomeado por Donald Trump no seu primeiro mandato (2017-2021), emitiu agora uma decisão em resposta a uma ação coletiva intentada por vários dos queixosos mas, em meados de abril, já o Supremo Tribunal tinha bloqueado essas mesmas expulsões.

 

Na sua decisão, o magistrado proíbe "permanentemente" o governo de recorrer a essa lei, que Trump invocou a 14 de março para expulsar centenas de venezuelanos que acusa de pertencerem à organização criminosa "Tren de Aragua", segundo recorda a agência noticiosa espanhola EFE.

O juiz Fernando Rodriguez defende que a invocação da Lei dos Inimigos Estrangeiros por parte do Presidente Donald Trump, que regressou à Casa Branca em janeiro passado, "excede o âmbito do estatuto e é contrária ao significado claro e comum dos termos do estatuto".

Apesar desta decisão, a administração Trump pode prosseguir com as expulsões ao abrigo de um outro diploma: a Lei de Imigração e Nacionalidade.

A EFE refere que três dos queixosos são venezuelanos detidos no centro de detenção de El Valle, em Raymondville (Texas), que negam pertencer à organização criminosa e argumentam que a utilização da lei centenária os está a privar do processo consagrado na Constituição norte-americana.

A 19 de abril, o Supremo Tribunal bloqueou as expulsões dos venezuelanos detidos no centro ao abrigo daquela lei, face aos recursos de emergência apresentados por uma organização que denunciou que Trump estava a tentar expulsar mais imigrantes para El Salvador.

Entretanto, o governo norte-americano solicitou também ao Supremo Tribunal que suspenda o Estatuto de Proteção Temporária (TPS) de que beneficiam atualmente cerca de 350 mil imigrantes venezuelanos.

Esta proteção foi decidida pelo antecessor de Trump na Casa Branca, o democrata Joe Biden, mas o atual governo ordenou o seu cancelamento em fevereiro.

No entanto, no final de março, um juiz federal travou este plano da administração Trump, que decidiu recorrer ao Supremo Tribunal.

A medida adotada por Biden permitiu que os venezuelanos continuassem a beneficiar de proteção específica até outubro de 2026, podendo assim trabalhar legalmente nos Estados Unidos e ficando protegidos de uma deportação iminente.

De acordo com os planos de Trump, o TPS já deveria ter terminado para os cidadãos da Venezuela.

Leia Também: Donald Trump ameaça com sanções económicas quem comprar petróleo ao Irão

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