"Hoje, o povo romeno votou. Hoje, o povo romeno falou, é altura de ser ouvido", disse, numa mensagem divulgada por vídeo à imprensa, na sede do seu partido, Aliança para a União dos Romenos (AUR), em Bucareste.
Votar na sua candidatura presidencial, sublinhou, "foi um ato de coragem, confiança e solidariedade".
"Não é apenas uma vitória eleitoral. É uma vitória para a dignidade romena. É a vitória daqueles que não perderam a esperança, daqueles que ainda acreditam na Roménia como um país livre, respeitado e soberano", disse.
"Faremos o que nunca foi feito antes, porque não houve coragem. Começaremos a reconstrução do país, a reconstrução moral, política e económica da Roménia", afirmou.
Na sua mensagem, George Simion insistiu que não abandonará Calin Georgescu, vencedor da primeira volta da eleição presidencial realizada em 24 de novembro, com 23% dos votos.
A votação foi anulada pelo Tribunal Constitucional, uma decisão inédita, por suspeita de interferências russas e após uma intensa campanha nas redes sociais, em particular o TikTok, a favor daquele candidato, até então praticamente desconhecido.
"Permanecerei devoto àquele que deveria ter legitimamente ocupado a Presidência, o homem em quem milhões de vocês depositaram as suas esperanças", adiantou Simion, que já admitiu nomear Georgescu como primeiro-ministro, caso seja eleito Presidente da República, embora não tenha maioria parlamentar para tal.
A Roménia, argumentou, precisa "da sabedoria e visão" de Georgescu.
"Não quero o poder para mim. Estou aqui pelo regresso à ordem constitucional. Eu quero democracia e normalidade", disse.
Na sua mensagem, Simion advertiu contra fraudes na votação e lançou um apelo aos membros das assembleias de voto do seu partido: "Rezamos para que vocês sejam fortes e resistam até o final da contagem de cada voto. Por favor, não assinem a ata caso encontrem alguma irregularidade".
No exterior da sede da AUR, algumas dezenas de apoiantes aplaudiram as projeções, agitando bandeiras romenas e gritando palavras de apoio.
Cristian, 24 anos, disse à Lusa que "ninguém quer PSD e PNL", referindo-se à coligação no poder.
"As pessoas querem uma mudança ao fim de 35 anos [desde o fim do regime comunista, em 1989], não querem mais corrupção", afirmou.
Ao seu lado, Aurel, 40 anos, reclamou que os romenos "perderam tudo por causa deles" - os partidos no poder -, que "mentem muito".
"Não queriam a eleição [de novembro], não foi justo", reclamou.
As celebrações foram quebradas por breves momentos, quando um homem se aproximou do grupo e gritou "fascista fascista" e fugiu de seguida, gerando indignação.
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