Os procuradores-gerais contestam uma ordem executiva assinada por Trump durante o seu primeiro dia no cargo, suspendendo aprovações, licenças e empréstimos para todos os projetos de energia eólica, tanto onshore como offshore.
Os responsáveis dizem que Trump não tem autoridade para terminar unilateralmente o processo de licenciamento e que está a pôr em risco o desenvolvimento de uma fonte de energia essencial para a vitalidade económica, a matriz energética, a saúde pública e as metas climáticas dos estados.
Pedem, num tribunal federal em Massachusetts, que um juiz declare a ordem ilegal e impeça as agências federais de a implementar, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).
"Esta diretiva arbitrária e desnecessária ameaça a perda de milhares de empregos bem remunerados e de milhares de milhões em investimentos, e está a atrasar a nossa transição para longe dos combustíveis fósseis que prejudicam a nossa saúde e o nosso planeta", frisou a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que lidera a coligação, em comunicado.
O porta-voz da Casa Branca, Taylor Rogers, disse que os procuradores-gerais democratas estão a "usar a guerra jurídica para travar a agenda energética popular do presidente", em vez de trabalharem com ele para libertar a energia norte-americana e reduzir os preços para as famílias.
Trump prometeu durante a campanha acabar com a indústria eólica offshore se regressasse à Casa Branca.
A sua ordem referia que havia "alegadas deficiências legais subjacentes ao arrendamento e licenciamento do governo federal" de projetos eólicos, e determinou que o secretário do Interior revisse as práticas de arrendamento e licenciamento eólico para águas e terras federais.
O governo de Biden viu a energia eólica offshore como uma solução para as alterações climáticas, estabelecendo metas nacionais, realizando vendas de arrendamentos e aprovando quase uma dúzia de projetos à escala comercial.
Trump está a reverter essas políticas energéticas. Está a promover combustíveis fósseis como o petróleo, o gás natural e o carvão, que provocam alterações climáticas, defendendo que é necessário que os EUA tenham a energia e a eletricidade de mais baixo custo do mundo.
A administração Trump tomou uma medida mais agressiva contra a energia eólica em abril, quando ordenou à empresa norueguesa Equinor que interrompesse a construção do Empire Wind, um projeto totalmente licenciado localizado a sudeste de Long Island, Nova Iorque, que está cerca de 30% concluído.
O secretário do Interior, Doug Burgum, alegou que o governo de Biden apressou a aprovação. A Equinor passou por um processo de licenciamento de sete anos antes de começar a construir a Empire Wind no ano passado para fornecer energia a 500.000 casas em Nova Iorque e está a considerar opções legais, que seriam separadas da queixa apresentada hoje pelos procuradores-gerais.
O vento fornece cerca de 10% da eletricidade gerada nos Estados Unidos, sendo a maior fonte de energia renovável do país.
Os procuradores-gerais argumentam que a ordem de Trump está em desacordo com anos de apoio bipartidário à energia eólica e contradiz a sua própria declaração de uma "emergência energética nacional", que exigia a expansão da produção nacional de energia.
A administração Trump também suspendeu o financiamento federal para a investigação de energia eólica offshore flutuante no Maine e revogou uma licença para um projeto de energia eólica offshore proposto em Nova Jersey.
Leia Também: Trump defende que cessar-fogo de Putin "não parece, mas é muito"