"Isto não é aceitável", disse Barrot à rádio RTL, destacando que o Governo israelita está a "violar o direito internacional".
O ministro apelou a um cessar-fogo urgente e à distribuição "sem entraves" de ajuda humanitária.
"Toda a gente em Gaza está a dizer isto: o Comité Internacional da Cruz Vermelha, o Programa Alimentar Mundial... Não há nada para comer. O risco de fome é real. Temos de abrir o acesso à ajuda humanitária", afirmou, referindo que Paris está a trabalhar para obter o reconhecimento do Estado Palestiniano.
Assim, apelou a outros países da comunidade internacional para que "tomem medidas concretas para criar as condições necessárias que conduzirão, em última análise, ao estabelecimento do Estado da Palestina", algo que, lamentou, "por enquanto parece distante".
Israel anunciou na segunda-feira uma nova campanha militar contra a Faixa de Gaza, que prevê "a conquista" do território palestiniano e exigirá a deslocação interna "da maioria" dos habitantes.
Esta extensão das operações militares, aprovada pelo gabinete de guerra israelita após 19 meses de guerra contra o grupo islamita palestiniano Hamas, prevê "a conquista de Gaza e o controlo dos territórios" tomados, de acordo com uma fonte oficial.
Na noite de domingo, o Exército confirmou a convocação de "dezenas de milhares de reservistas".
"A operação inclui um ataque em larga escala" e "o deslocamento da maior parte da população da Faixa de Gaza" das zonas de combate, disse o brigadeiro-general Effi Defrin, porta-voz do exército israelita.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou que as tropas vão permanecer em qualquer território que tomarem na Faixa de Gaza, como parte desta nova ofensiva terrestre.
No enclave palestiniano, quase todos os habitantes já foram deslocados diversas vezes desde o início da guerra, em outubro de 2023.
A guerra em Gaza começou quando militantes liderados pelo Hamas, em outubro de 2023, atacaram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns no ataque e Israel afirma que 59 reféns permanecem em Gaza, embora acredite que 35 estejam mortos.
A ofensiva israelita matou mais de 52.000 pessoas em Gaza, segundo autoridades de saúde palestinianas, que não distinguem, nas contagens, combatentes e civis. Os combates deslocaram mais de 90% da população de Gaza, por vezes, em mais do que uma ocasião.
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