Destacada força permanente após ataques armados em Niassa

As autoridades moçambicanas destacaram uma força policial permanente para garantir a segurança nas áreas da Reserva Especial do Niassa (REN), norte de Moçambique, alvos de ataques por supostos rebeldes, de que resultaram dois mortos, foi hoje anunciado.

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Lusa
06/05/2025 15:44 ‧ há 4 horas por Lusa

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Moçambique

"As Forças de Defesa e Segurança (FDS) no seu todo prontamente deslocaram-se ao local do facto, tendo, de forma muito vigorosa, sido imposto o destacamento permanente destas FDS, que é para garantir a segurança e estabilidade naquele local. Há todo interesse das FDS em prover segurança a estas coutadas que denotaram esses ataques", disse o porta-voz do comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Leonel Muchina.

 

Em conferência de imprensa, em Maputo, a polícia afirmou que, durante os ataques de supostos homens armados nas coutadas da REN, para além das mortes e desaparecidos, foram incendiadas viaturas e outros bens.

Pelo menos dois fiscais da REN morreram e outros dois estão desaparecidos após ataques de supostos rebeldes à zona protegida daquela província vizinha de Cabo Delgado, anunciou na segunda-feira fonte oficial.

Os dados avançados pelo Projeto Carnívoros do Niassa, uma das gestoras do acampamento de caça desportiva de Mariri, numa das coutadas da REN, indicam que também um fiscal ficou ferido na sequência de ataques de supostos grupos terroristas à REN.

O acampamento de caça desportiva de Mariri, numa das coutadas da REN, uma área com 42 mil quilómetros de terra em oito distritos, que abrange também Cabo Delgado (região que desde 2017 enfrenta uma insurgência armada), sofreu um ataque em 29 de abril, após outro que terá ocorrido na mesma reserva em 24 do mesmo mês.

O Projeto Carnívoros do Niassa adiantou que a sua equipa e parte dos seus recursos logísticos já foram retirados do acampamento na sequência dos dois ataques à reserva.

"Este episódio representa uma preocupante expansão do conflito que tem assolado o norte do país, atingindo agora uma das áreas de conservação mais importantes de Moçambique", avançou num comunicado de imprensa.

A Associação Moçambicana de Operadores de Safaris (AMOS) também se mostrou preocupada face aos ataques de homens armados na REN, pedindo "calma" a quem tenha atividades de caça já agendadas.

A AMOS refere que situações de insegurança estão a ocorrer apenas no Niassa e Cabo Delgado, estando criadas as condições para a caça e turismo nas restantes partes do país.

O ministro da Defesa de Moçambique reconheceu também em 25 de abril a existência de grupos terroristas na Reserva Especial da província Niassa, após o primeiro ataque à reserva.

"Temos conhecimento (...). São terroristas e nós estamos atrás deles", disse Cristóvão Chume.

O Governo norte-americano alertou nos últimos dias para movimentações de grupos terroristas na Reserva Especial do Niassa, sugerindo aos seus cidadãos que reconsiderem viagens à região.

Também o Governo britânico desaconselha viagens dos seus cidadãos a dois distritos da província de Niassa, norte de Moçambique, devido aos recentes ataques de supostos grupos de insurgentes numa área protegida.

A província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos na província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.

Leia Também: Afinal, segurança e motorista foram quem matou português em Maputo

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