EUA aplicam sanções ao Irão para travar desenvolvimento de bomba atómica

O Departamento de Estado norte-americano aplicou hoje novas sanções a responsáveis iranianos, visando travar o desenvolvimento de armas nucleares por Teerão, um dia depois de os dois países concluírem um ronda negocial sem avanços concretos.

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Lusa
12/05/2025 23:56 ‧ há 4 horas por Lusa

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Nuclear

"O Irão continua a expandir substancialmente o seu programa nuclear e a levar a cabo atividades de investigação e desenvolvimento de dupla utilização aplicáveis a armas nucleares e a sistemas de lançamento de armas nucleares", frisa o Departamento liderado por Marco Rubio em comunicado hoje divulgado.

 

"O Irão é o único país do mundo sem armas nucleares que produz urânio enriquecido a 60 por cento e continua a utilizar empresas de fachada e agentes de aquisição para ocultar os seus esforços de aquisição de produtos de dupla utilização a fornecedores estrangeiros", adianta.

As sanções hoje anunciadas visam três cidadãos e a uma entidade iraniana com ligações à Organização de Inovação e Investigação Defensiva do Irão (conhecida pelo seu acrónimo persa, SPND), por alegado envolvimento em atividades que "contribuem materialmente ou correm o risco de contribuir materialmente para a proliferação de armas de destruição maciça".

"As ações dos Estados Unidos destinam-se a atrasar e a diminuir a capacidade da SPND de realizar investigação e desenvolvimento de armas nucleares", refere a diplomacia norte-americana.

A SPND é a organização sucessora direta do programa de armas nucleares do Irão anterior a 2004, também conhecido como Projeto Amad.

"As acções de hoje demonstram o empenho dos Estados Unidos em garantir que o Irão nunca obtenha uma arma nuclear", frisa o Departamento de Estado.

No meio da crescente oposição dos EUA ao enriquecimento de urânio do Irão, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, e o enviado para o Médio Oriente, Steve Witkoff, realizaram até domingo uma quarta ronda de negociações tendo Omã como mediador.

A reunião aconteceu pouco antes de uma viagem do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Médio Oriente, que o levará à Arábia Saudita, ao Qatar e aos Emirados Árabes Unidos entre 13 e 16 de maio.

"As discussões foram difíceis, mas úteis para compreender melhor as posições de cada um e encontrar formas razoáveis e realistas de ultrapassar as diferenças", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmail Baqhai, nas redes sociais.

"Sentimo-nos encorajados pelos resultados das discussões de hoje e ansiosos pela nossa próxima reunião num futuro próximo", adiantou um responsável norte-americano, citado pela agência de notícias francesa AFP sob anonimato.

Pouco antes das negociações, Abbas Araghchi reafirmou que o direito do seu país ao enriquecimento de urânio é "inegociável".

Witkoff tinha alertado na sexta-feira que a administração Trump se oporia a qualquer enriquecimento de urânio.

"Isto significa desmantelar, proibir o armamento, e que Natanz, Fordo e Isfahan (as três instalações onde decorre o enriquecimento) devem ser desmanteladas", afirmou.

As negociações visam concluir um novo acordo para impedir o Irão de adquirir armas nucleares, uma ambição que Teerão sempre negou, em troca do levantamento das sanções que estão a prejudicar a economia iraniana.

Atualmente, o Irão enriquece urânio a 60%, quando o nível necessário de enriquecimento de urânio para fins militares é de 90%.

Trump tem ameaçado repetidamente lançar ataques aéreos contra o Irão se não for alcançado um acordo.

Entretanto, Israel ameaçou atacar as instalações nucleares do Irão se se sentir ameaçado, aumentando ainda mais a tensão no Médio Oriente, cuja situação já é grave devido à guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, na Faixa de Gaza.

O acordo sobre o programa nuclear do Irão, assinado em 2015 entre Teerão e o chamado grupo P5 + 1 -- cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha, limitou o enriquecimento de urânio a 3,67% e reduziu a quantidade que podia ficar armazenada para 300 quilogramas.

Este nível é suficiente para as centrais nucleares, mas está muito abaixo dos níveis necessários para criar armas nucleares.

No entanto, em 2018, os Estados Unidos, já sob liderança de Donald Trump, retiraram-se unilateralmente do acordo e, depois de várias tentativas sem êxito para reativar a parceria, o Irão foi abandonando todos os limites que tinha relativamente ao programa.

Leia Também: Trump diz ter evitado um "conflito nuclear" entre a Índia e o Paquistão

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