ONU diz que movimento humanitário enfrenta "maior teste de sempre"

O chefe das operações humanitárias da ONU avisou hoje que "o movimento humanitário está a enfrentar o seu maior teste", num "mundo em chamas", e reiterou o apelo a um maior financiamento para que se possa salvar mais vidas.

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Lusa
18/06/2025 12:01 ‧ há 7 horas por Lusa

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"Quando as necessidades estão ao mais alto nível, o financiamento está a diminuir", afirmou o subsecretário-geral da organização para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Tom Fletcher, às delegações dos Estados-membros da ONU no Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), reunido em Genebra, Suíça.

 

"Enquanto falamos, o Médio Oriente está à beira de uma guerra em grande escala, as pessoas em Gaza estão a morrer de fome enquanto a comida que vocês forneceram apodrece em postos fronteiriços, as raparigas no Afeganistão estão banidas das escolas, as mulheres no Sudão sofrem horrores e os seus corpos são transformados em campos de batalha", apontou.

Fletcher apontou ainda que "gangs aterrorizam famílias no Haiti, trabalhadores humanitários são detidos no Iémen, pessoas são mortas e esquecidas no Sahel, e, como se não bastasse tudo isto, estamos também em guerra com o nosso planeta, causando uma crise climática que vai provocar mais necessidades humanitárias nos próximos anos do que qualquer outro fator hoje aqui discutido".

"O movimento humanitário está a enfrentar o seu maior teste desde que há um sistema baseado em regras [...] e não é só uma crise de financiamento, é também uma crise de moral e legitimidade", disse, deplorando que se assista atualmente a um "momento de divisão, de egoísmo e de polarização" que leva a que "a solidariedade global esteja a recuar".

O chefe da missão humanitária da ONU lamentou que já tenha sido necessário novamente, esta semana, estabelecer novas prioridades "apenas seis meses depois de aqui ter lançado o «panorama humanitário global»", que obriga a escolhas difíceis dada a escassez de recursos financeiros.

"Ficamos com a equação mais cruel, que é a de tomar literalmente decisões de vida e morte, sobre quem salvar", disse.

De acordo com as estimativas da ONU publicadas há seis meses no "panorama humanitário global" para 2025, 305 milhões de pessoas em todo o mundo necessitariam de assistência humanitária este ano.

O apelo para fundos num montante global de 47 mil milhões de dólares (cerca de 44,6 mil milhões de euros) era feito já com base em "planos de resposta cuidadosamente priorizados", e que visam prestar ajuda crucial a 190 milhões de pessoas em 32 países e nove regiões de acolhimento de refugiados.

Tom Fletcher, nomeado em outubro do ano passado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para chefiar os Assuntos Humanitários e Coordenação da Ajuda de Emergência da ONU, lançou então um apelo às delegações nacionais presentes, no sentido de os Estados-membros inverterem a atual tendência de cortes no financiamento.

"Vamos salvar tantas vidas quanto pudermos com os recursos que vocês nos dão. E tudo o que pedimos -- e por favor, tomem nota e transmitam aos vossos ministros e líderes -- é o equivalente a 1% dos que vocês gastaram a nível mundial em despesa em Defesa no ano passado", declarou.

Leia Também: Defesa Civil de Gaza acusa Israel de matar 30 pessoas

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