Roma, Paris e Haia convocam Conselhos de Defesa e Segurança Nacional

Itália, França e Países Baixos convocaram para hoje os respetivos conselhos de Defesa e Segurança Nacional devido ao agravamento da crise no Médio Oriente na sequência da intervenção dos EUA no Irão, anunciaram os respetivos governos.

Giorgia Meloni, Itália,

© FILIPPO MONTEFORTE/AFP via Getty Images

Lusa
22/06/2025 14:06 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Israel/Irão

Os três países europeus instaram as partes envolvidas na guerra no Médio Oriente a regressarem à mesa das negociações para encontrar uma solução diplomática.

 

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, convocou para hoje uma reunião de emergência com os ministros e os chefes dos serviços de informação, devido ao "agravamento da crise no Médio Oriente", em resposta à qual a Itália se comprometeu a trabalhar para que as partes retomem o diálogo.

"A crise concentra a atenção do Executivo em todos os aspectos, desde a situação dos compatriotas na região, com os quais a Farnesina [Ministério dos Negócios Estrangeiros] está em contacto permanente, até aos efeitos económicos e de segurança", afirmou Meloni na sua conta X, sem aludir diretamente ao último bombardeamento americano contra o Irão.

A Itália já acolheu conversações entre os Estados Unidos e o Irão e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, voltou a propor o país como local para um potencial "encontro direto" entre as duas partes, embora tenha sugerido que resta saber se, após os últimos ataques, "os iranianos mudam de ideias".

"Estamos a trabalhar com todas as nossas forças para promover um desanuviamento, uma solução diplomática para esta questão", disse Tajani durante uma entrevista televisiva em que recordou que a potencial aquisição de armas atómicas pelo Irão representaria "um perigo para toda a região".

A Presidência francesa, por seu lado, anunciou que Emmanuel Macron vai realizar um novo Conselho de Defesa e Segurança Nacional dedicado à situação no Médio Oriente hoje, às 17:30 TMG (18:30 em Lisboa).

O Chefe de Estado, que se encontrou hoje com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita e com o Sultão de Omã, "tenciona prosseguir os seus contactos com os seus parceiros europeus e os líderes da região nas próximas horas".

França "está a fazer tudo o que está ao seu alcance para acelerar a partida dos [seus] cidadãos do Irão e de Israel que o desejem", garantiu o Presidente.

Numa mensagem do chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, no X, a França exprimiu a sua preocupação após os ataques dos Estados Unidos contra as instalações nucleares iranianas, instando "as partes a darem provas de contenção, a fim de evitar qualquer escalada suscetível de conduzir a um prolongamento do conflito".

Declarando que "não participou nestes ataques nem no seu planeamento", França afirmou estar "convencida de que uma solução duradoura para esta questão exige uma solução negociada no âmbito do Tratado de Não Proliferação."

O Governo interino dos Países Baixos também vai reunir hoje o seu Conselho de Segurança Nacional para debater a "nova escalada" da situação "preocupante" no Médio Oriente, na sequência do bombardeamento americano de instalações nucleares no Irão.

"O Conselho de Ministros tomou nota dos ataques dos EUA às instalações nucleares do Irão. Trata-se de uma nova escalada da situação preocupante no Médio Oriente. O Governo reunir-se-á hoje no Conselho de Segurança Nacional", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês em exercício, Caspar Veldkamp, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Os ataques dos EUA não foram uma surpresa para os Países Baixos, disse o ministro da Defesa cessante, Ruben Brekelmans, ao programa de televisão "WNL op Zondag".

De acordo com o ministro, os Países Baixos não foram oficialmente informados, mas o seu Governo antecipou os ataques.

"Não devemos ser ingénuos quanto à natureza do regime do Irão", disse Brekelmans, referindo-se ao enriquecimento de urânio e às declarações anteriores de Teerão sobre o seu objetivo de destruir Israel.

No entanto, o ministro em exercício espera que o Irão se sente à mesa das negociações o mais rapidamente possível.

Brekelmans disse ainda que prevê um contra-ataque por parte do Irão ou dos seus aliados que não atingirá apenas Israel, mas possivelmente também alvos norte-americanos na região.

Os Estados Unidos bombardearam hoje três instalações nucleares importantes no Irão, juntando-se assim à ofensiva lançada por Israel a 13 de junho.

Poucas horas depois, o Irão lançou 40 mísseis contra Israel, acusando os Estados Unidos de "destruir" as possibilidades de uma solução diplomática para a questão nuclear.

Leia Também: AO MINUTO: Trump "não procura guerra", mas EUA "atuarão"; Rússia reage

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