Uma equipa de jornalistas da CNN Internacional, que está deslocada em Telavive, Israel, para fazer o acompanhamento do conflito entre Israel e o Irão – e ao qual este fim de semana se juntaram os EUA – tiveram de abandonar a emissão em direto, numa altura em que começaram a soar os alarmes na cidade.
O pivô Anderson Cooper estava a discutir os mais recentes desenvolvimentos do conflito com a correspondente internacional Clarissa Eard e o correspondente em Jerusalém, Jeremy Diamond, quando as sirenes começaram a tocar, na madrugada desta segunda-feira. As sirenes terão soado na sequência de ataques iranianos a várias cidades do país liderado por Benjamin Netanyahu.
Cooper informa a audiência de que todos estão a receber um alerta, dando conta de que as forças israelitas esperavam que um míssil atingisse aquela área dentro de 10 minutos.
"Estes são os alertas que aparecem em todos os nossos telemóveis quando estamos em Israel. É um aviso de dez minutos sobre a chegada de mísseis ou de algo vindo do Irão", completou.
“Devo informar que estamos agora a ouvir as sirenes”, acrescentou Clarissa.
Os três jornalistas trocam olhares, inicialmente renitentes em relação a qual deveriam ser os próximos passos, acabando a jornalista por questionar: “Devemos descer (para os abrigos) ou queres terminar?”.
“Acho que o melhor é descermos”, diz, no meio de um riso nervoso, Anderson Cooper, momentos antes de a emissão ter de ser dada como terminada para que os profissionais se pudessem colocar em segurança.
Assista ao momento, em seguida:
Anderson Cooper's phone alert goes off while CNN is broadcasting live — it's a 10 minute warning of incoming missiles. pic.twitter.com/jCa9Rh54oN
— Blue Georgia (@BlueATLGeorgia) June 23, 2025
As sirenes de alerta de ataque soaram esta segunda-feira de manhã em Israel e ouviram-se explosões sobre a cidade de Jerusalém, testemunhou também um jornalista da Agência France Presse (AFP) no local.
Estes novos ataques acontecem depois de os Estados Unidos terem entrado no sábado na guerra de Israel contra o Irão, bombardeando as três principais instalações envolvidas no programa nuclear iraniano.
Os ataques "terão consequências eternas", garantiu o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmando que Teerão mantém em aberto "todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo".
Um conselheiro do líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, afirmou depois disso que o Irão ainda possui reservas de urânio enriquecido, apesar dos ataques dos Estados Unidos contra as suas principais instalações nucleares.
"Mesmo que as instalações nucleares sejam destruídas, o jogo ainda não acabou, os materiais enriquecidos, o saber-fazer autóctone e a vontade política permanecem", afirmou Ali Shamkhani na rede social X.
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