Num comunicado, o porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo chinês) Chen Binhua afirmou que a intervenção de Lai "estava cheia de mentiras, hostilidade e provocação" e que as suas palavras "distorcem e fragmentam deliberadamente a história" para justificar "uma narrativa separatista".
O porta-voz acusou o líder da ilha de "negar o facto de que Taiwan pertence à China desde a antiguidade" e de "manipular a opinião pública" ao associar os sentimentos patrióticos dos taiwaneses às aspirações independentistas, o que, segundo Pequim, constitui "uma traição ao espírito daqueles que historicamente defenderam a unidade nacional".
Chen sublinhou que "todas as provas históricas, factuais e legais" demonstram que Taiwan é "parte inseparável da China" e citou documentos como a Declaração do Cairo (1943) e a Proclamação de Potsdam (1945), que, segundo Pequim, ratificaram a devolução da ilha após a ocupação japonesa.
O porta-voz acusou ainda Lai de "exagerar a ameaça do continente", de promover "um clima de hostilidade" e de obstruir os intercâmbios entre os dois lados do Estreito, o que, segundo a parte continental, "contradiz o desejo de paz e desenvolvimento dos compatriotas de Taiwan".
As autoridades de Pequim consideram Taiwan como uma "parte inalienável" do território chinês e não descartaram o uso da força para concretizar a "reunificação" da ilha e do continente.
A China intensificou nos últimos anos a campanha de pressão diplomática e militar contra Taiwan, organizando manobras militares nas proximidades da ilha com cada vez mais frequência e forçando a perda de aliados diplomáticos de Taipé em favor de Pequim.
O Governo de Taiwan, liderado pelo Partido Democrático Progressista (PDP), pró-independência, desde 2016, defende que a ilha já é de facto um país soberano e sustenta que o futuro só pode ser decidido pelos seus 23 milhões de habitantes.
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