A cidade holandesa de Haia acolhe, hoje e na quarta-feira, a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), prevendo-se novo compromisso entre os aliados para gastarem mais em defesa face à instabilidade geopolítica mundial.
Numa altura de contínua guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e de fortes tensões no Médio Oriente, esta reunião de líderes e de ministros da NATO servirá para debater os acontecimentos mundiais e o seu impacto na segurança euro-atlântica, com os aliados a preparem-se para a guerra sem esperar que esta realmente ocorra.
Fala-se de uma meta de alocar 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos 32 países aliados a gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica), um acréscimo face ao atual objetivo de 2%.
Esta é a proposta que o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, vai levar à cimeira, mas as percentagens ainda não estão fechadas e também está por definir a meta temporal para chegar a tais gastos, se 2032 ou 2035.
Certo é que a perceção de ameaça entre os aliados está mais acentuada, o que obriga a um maior investimento em defesa, como tem vindo a defender o Presidente norte-americano, Donald Trump, que marca presença nesta cimeira de Haia.
É a primeira reunião de alto nível da NATO do republicano desde que iniciou o seu segundo mandato na Casa Branca, no início deste ano.
Em Portugal, o Governo anunciou que iria antecipar a meta de 2% do PIB em defesa para 2025.
Em 2024, Portugal investiu cerca de 4.480 milhões de euros em defesa, aproximadamente 1,58% do seu PIB, o que colocou o país entre os aliados da NATO com menor despesa militar - abaixo da meta dos 2% -, segundo estimativas do Governo e da organização.
Portugal estará representado na cimeira de Haia pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Paulo Rangel e Nuno Melo.
Ao todo, Haia recebe nestes dois dias 45 chefes de Governo e de Estado, 45 ministros dos Negócios Estrangeiros, 45 ministros da defesa, 900 convidados, 6.000 membros das delegações e 2.000 jornalistas, num total de 9.000 participantes, segundo a organização.
Além dos 32 países membros da NATO, as cimeiras da aliança contam com países parceiros estratégicos, como a Ucrânia, bem como representantes de organizações como a União Europeia e países que colaboram em missões militares.
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