O CPSA quer também Portugal a adotar o conceito, já largamente difundido, de "Uma só saúde" ("One Health), que considera interligadas a saúde humana, animal e do ambiente.
As medidas fazem parte de um manifesto para as eleições legislativas de 18 de maio, já enviado aos partidos e hoje divulgado. O manifesto inclui 39 propostas na área da saúde e ambiente, que o CPSA quer ver refletidas nos programas dos partidos e principalmente no programa político e na ação do próximo governo.
Entre as quase quatro dezenas de propostas o CPSA defende a criação de uma Estratégia Nacional para a Sustentabilidade na Saúde, com boas práticas de sustentabilidade ambiental nas instituições de saúde, e que se garanta a existência de planos de emergência, a todos os níveis (de nacional a local), e de alertas públicos para problemas relacionados com alterações climáticas e degradação do ambiente que afetem a saúde pública.
Outra proposta prende-se com a introdução de critérios ambientais na escolha de medicamentos e de dispositivos médicos, e outra com a definição de critérios de emissões liquidas nulas de gases com efeito de estufa no setor da saúde.
Dotar os hospitais de técnicos de Saúde Ambiental, rever a Lei dos Resíduos e a proibição de reutilização de dispositivos médicos, reduzir o sobrerastreio, sobrediagnóstico e sobretratamento e promover a telemedicina e a medicina de proximidade, são também sugestões.
O CPSA defende ainda a criação de um sistema de notificação das doenças e condições de saúde relacionadas com as alterações climáticas e a degradação ambiental, e propõe que se incremente a recolha, destruição e reciclagem de medicamentos fora de prazo.
"A degradação do mundo natural causada por uma cultura predatória e consumista é uma realidade que impacta diretamente a saúde humana", afirma o Conselho num comunicado de divulgação do manifesto.
Nas anteriores eleições legislativas, no ano passado, o CPSA já tinha apresentado um manifesto com 25 propostas de ação.
O CPSA foi criado em 2022 e reúne 95 organizações, entre ordens profissionais, faculdades de medicina, instituições de investigação, associações, municípios e organismos do Estado. Visa nomeadamente promover a consciência coletiva do impacto das alterações climáticas e da degradação ambiental na saúde, e promover a adoção de boas práticas de sustentabilidade ambiental no setor da saúde de forma a reduzir a sua pegada ecológica.
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