Governo "consciente de que há aspetos a melhorar e SIRESP é um deles"

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, reiterou que o Estado "conseguiu que os serviços essenciais funcionassem" após apagão.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
29/04/2025 23:37 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

País

Apagão

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, descreveu a falha da rede energética como sendo "um evento muito sério" e que foi algo que "não teve origem nacional", notando ainda que o Governo está "consciente de que há aspetos a melhorar".

 

"Não foi um grande azar. Foi um evento muito sério. Uma crise grave no sistema energético, com uma origem que não é nacional. Toda a informação, que nós temos agora, não aponta para a existência de um ciberataque. Pelo menos, em território nacional. Nós estamos a acompanhar com as congéneres espanholas e pedimos à Agência Europeia para fazer uma auditoria", disse Leitão Amaro, em entrevista no Jornal da Noite da SIC. 

O ministro da Presidência referiu ainda que "não houve silêncio da parte do Governo e das Autoridades" quando questionado acerca das críticas que têm surgido por parte dos partidos da oposição. 

"Num protocolo como este, numa situação destas, o meio mais adequado para se chegar, como se provou durante o dia, é a rádio. Eu próprio, 30 minutos depois do evento, estava a comunicar ao país, através das rádios e, depois, televisões, o que é que estava a acontecer, qual era a nossa prioridade de restabelecimento de energia e preservação dos serviços essenciais, desde logo os serviços de saúde, e um apelo à tranquilidade e à não necessidade de haver um precipitar de consumos acelerados", notou, acrescentando que era esperado que a "situação se resolvesse nas horas seguintes".

Leitão Amaro reiterou que fez a "comunicação por rádio, por televisão" e que foram usadas as redes sociais, destacando ainda as vários declarações feitas pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

"Começamos pela rádio, televisões, redes sociais e a autoridade da Proteção Civil utilizou o SMS. Dir-me-á: Nós temos, no futuro, de avaliar a rapidez e a eficácia de todos estes meios? Sim. Agora, há também uma coisa que lhe digo. Se, nós hoje, estamos sobretudo focados a discutir a dimensão da comunicação é porque a dimensão da resposta operacional e da continuidade dos serviços foi assegurada", sublinhou. 

E acrescentou: "Acho que é uma resposta espantosa por parte do país, dos trabalhadores, do civismo da população, das forças de segurança, que nós tenhamos conseguido que os hospitais continuassem a funcionar, todos os serviços críticos continuassem a funcionar".

Leitão Amaro afirmou ainda que, ao contrário de Espanha, Portugal não precisou do apoio de França e Marrocos para reiniciar o sistema e que o país o conseguiu fazer de forma rápida. 

"Hoje, as nossas escolas estavam a funcionar e a dar aulas. Em 809, creio, 15 não estavam. Todas as outras estavam. Porquê? Porque houve uma mobilização extraordinária de todos os serviços, uma grande coordenação [...]. Eu reconheço, nós todos reconhecemos, a ansiedade que as pessoas viveram e, por isso mesmo, é que nós dizemos que, para o futuro, não basta utilizar os instrumentos que já temos de comunicação [...], temos que perceber o que é que conseguimos melhorar", frisou.

Já sobre as falhas do SIRESP, o ministro revelou que o Governo tinha "um projeto que estava a circular pelos ministérios para fazer uma reestruturação do SIRESP com integração na rede nacional de segurança interna, numa unidade dentro do Ministério da Administração Interna, e, para depois, uma requalificação da qualidade das infraestruturas". 

"O SIRESP é, claramente, entre os vários aspetos que temos a melhorar, um deles. Outro, e sobre ele já tomamos decisões hoje e tomamos uma decisão muito importante ainda este ano, que é a disponibilidade destas centrais que fazem o chamado 'black start'. Nós já tínhamos tomado uma decisão que se mostrou hoje muito sábia, tomada no início deste ano, de prolongar a da Tapada do Outeiro (central a gás natural) até ao fim do próximo ano", afirmou. 

Leitão Amaro destacou ainda que "está em curso um processo de contratação de mais duas" centrais, apontando para a do Baixo Sabor e do Alqueva "para reforçar a capacidade de 'black start'".

"Os portugueses devem saber isto. O Estado, desta vez, conseguiu que os serviços essenciais funcionassem. O Estado e este Governo, tendo mantido a tranquilidade e o primeiro-ministro essa serenidade, tendo mostrado ao país essa liderança, está consciente de que há aspetos a melhorar e o SIRESP é um deles. A rapidez e a eficácia das comunicações, incluindo para as pessoas que não têm redes móveis, porque, se isto tivesse durado mais horas, íamos ter um outro problema. As pessoas nem telemóveis teriam porque as baterias acabariam e, portanto, nós temos que também, no processo de aprendizagem, melhorar", disse. 

O ministro da Presidência notou que há "aprendizagens a fazer" e que por isso foi proposta "uma comissão técnica independente, não apenas para avaliar tudo o que podia ter corrido melhor, mas para tirar algumas lições".

"Nós, hoje, já tiramos algumas (lições) de melhoria para o futuro", rematou.

Leia Também: Apagão? "Correu tudo muitíssimo bem. Sem constrangimentos"

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