Entrevista da RTP ao PCP não contribuiu para "esclarecer eleitorado"

O Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera que a entrevista do jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos ao secretário-geral do PCP não contribuiu de esclarecer o eleitorado, mas afasta qualquer irregularidade deontológica.

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Lusa
28/04/2025 11:26 ‧ ontem por Lusa

Política

Conselho Deontológico

O CD recebeu cinco queixas sobre a entrevista, transmitida em 24 de março, feita por José Rodrigues dos Santos ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, no período de pre-campanha eleitoral.

 

Em comunicado, o órgão "considera que o objetivo primeiro das entrevistas feitas aos líderes partidários ou outros dirigentes dos partidos políticos em período de pré-campanha ou campanha eleitoral é o de contribuírem para o esclarecimento da população com capacidade eleitoral" e "é desejável que as entrevistas sejam abrangentes e inclusivas nos temas abordados sejam estes de política nacional ou de carácter internacional".

Relativamente à entrevista, "consideramos que o facto de ter sido abordado um único tema não contribuiu para o objetivo primeiro de esclarecer o eleitorado, sendo este o motivo que consta de todas as queixas que o CD recebeu", lê-se na deliberação.

O CD "visionou repetidas vezes a entrevista em questão, compaginando-a com a transcrição enviada pelo jornalista: entendemos a argumentação de José Rodrigues dos Santos sobre a utilização de bordões por parte de um líder político, mas parece-nos percetível e claro o recurso de Paulo Raimundo ao uso repetido do termo Não como 'muleta' de linguagem", prossegue.

O Conselho Deontológico "considera que não houve nenhuma irregularidade deontológica na entrevista, mas entende que o resultado final da mesma 'não cumpriu o objetivo traçado', como disse o diretor de informação da RTP na resposta" que foi enviada ao CD.

Respeitando a opção editorial da direção de informação de ter optado "por apenas entrevistar os líderes dos partidos com assento parlamentar", o CD "convida a RTP a refletir sobre a natureza do serviço público que a vincula e a circunstância de os momentos de pré-campanha eleitoral poderem servir para dar voz aos partidos sem assento parlamentar".

Aliás, "constata que a atribuição do tempo de duração das entrevistas na série 'Legislativas 2025' ficou demasiado subordinada ao número de deputados eleitos na XVI Legislatura".

E sublinha: "Não questionamos a decisão editorial da RTP, mas entendemos que entrevistas demasiado curtas dificilmente contribuirão para um melhor esclarecimento do eleitorado e lembramos que no nosso entender deve ser esse o principal objetivo do serviço público".

No ano em que estão previstas duas eleições, "o CD recorda a importância das entrevistas e debates contribuírem para um melhor e maior esclarecimento do eleitorado, da literacia eleitoral e da participação cívica da população".

Esta recomendação, adianta, "é extensível a todos os órgãos de comunicação em matéria de entrevistas feitas em período pré-eleitoral -- sejam os temas abordados assuntos nacionais ou internacionais -- mas lembramos que o serviço público de rádio e televisão tem responsabilidades acrescidas nesta matéria".

A Provedora do Telespectador recebeu 1.900 queixas sobre a entrevista conduzida pelo jornalista da RTP e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) meia centena de participações sobre o tema.

Leia Também: PCP vai fazer queixa junto da ERC e da CNE após entrevista a Raimundo

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