Em declarações aos jornalistas, no parlamento, Rui Tavares admitiu que o formato desta comissão parlamentar tanto pode ser de inquérito ou eventual e que deverá elaborar um relatório até ao final deste ano com "recomendações muito claras para todo este tipo de situações".
De acordo com o dirigente do Livre, esta comissão deve utilizar o apagão registado na segunda-feira como um "caso de estudo", perceber as suas origens e "estabelecer recomendações para planos de contingência não só para infraestruturas críticas", mas também para instituições como o parlamento, a residência do primeiro-ministro ou o Palácio de Belém.
Tavares lamentou que na segunda-feira a Comissão Permanente da Assembleia da República não se tenha reunido de urgência face ao apagão, e deixou como sugestão que todos os líderes parlamentares e o presidente desta instituição tenham telefones que funcionem via satélite, para situações limite.
O dirigente do Livre deixou várias recomendações, que pretende apresentar na reunião de hoje com o Governo, entre elas, a elaboração de um questionário que deve ser enviado pelo executivo a instituições "no terreno", como câmaras municipais e juntas de freguesia, para fazer um levantamento das dificuldades registadas segunda-feira.
Esse questionário, na proposta do Livre, também deve ser alvo de análise nesta comissão parlamentar.
Interrogado sobe a atuação do Governo, Tavares respondeu que "não foi ideal".
"Acho que este Governo e este primeiro-ministro estão muito preparados para lidar com perceções, mas no teste da realidade ficaram aquém", criticou.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
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