Numa sessão de apresentação das propostas da IL para as legislativas de 18 de maio, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, Rui Rocha frisou que o seu partido "avisou o primeiro-ministro que em muitas áreas a AD ia falhar".
"E, infelizmente para o país, a incapacidade da AD de trazer as reformas de que o país precisava levaram a que, em muitas áreas determinantes, a AD tivesse ficado aquém daquilo que o país precisava", lamentou, considerando que a coligação PSD/CDS apresentou "prioridades erradas" na governação.
Na saúde, disse Rui Rocha, Portugal continua a ter um milhão e 500 mil portugueses sem médico de família, há um "sistema de encerramento rotativo das urgências que não soluciona nenhum problema" e as listas de espera são "intermináveis para consultas e cirurgias".
"E nós dissemos isto à AD. Nós insistentemente dissemos que apostar nos remendos não ia funcionar, não ia resolver os problemas", referiu, salientando que o problema da área da saúde é que todos os partidos consideram que "o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de estar no centro do sistema de saúde".
"Isso é perverso. Nada contra o SNS, mas quem tem de estar no centro do sistema de saúde são os utentes, são os portugueses. E é essa mudança que é preciso trazer para Portugal", disse.
Na habitação, o líder da IL considerou que se vive hoje em Portugal "um escândalo", com "jovens que não conseguem sair de casa dos pais", profissionais "que não conseguem aproveitar as oportunidades que surgem" ou "pessoas que terminaram relações e são obrigadas a continuar a viver juntas".
"E nós dissemos à AD que as medidas que estavam a tomar eram insuficientes. É evidente, o PS tem uma enorme responsabilidade em toda esta matéria, mas a AD, que veio depois, piorou o problema, porque tomou as medidas erradas e não devidamente calibradas", criticou.
Para Rocha, a AD adotou medidas que "trouxeram mais procura para o mercado da habitação", mas "esqueceu-se coisas que estavam no seu programa eleitoral: as medidas para trazer mais oferta".
Garantindo que a IL irá "lembrar à AD que se esqueceu dessas medidas essenciais", Rui Rocha acrescentou que o seu partido vai também avançar com propostas como a redução do IVA da construção para os 6% ou a simplificação de processos.
Também na área dos impostos, Rui Rocha considerou que a AD "ficou muito aquém das suas promessas", considerando que a descida de impostos que concretizou "foi muito pequena para a generalidade dos portugueses".
Apelando à modernização do Estado, Rui Rocha abordou o 'apagão' de segunda-feira, que considerou ser "absolutamente exemplar" de que o Estado português está "frágil" e as suas "funções críticas estão desleixadas".
"Tivemos um ministro que admitiu que a grande solução era pegar no gasóleo das viaturas oficiais e levá-las a uma maternidade. Isto é trágico. Se não fosse trágico, era absolutamente ridículo", criticou.
Num palco circular, rodeado por membros que mostravam cartazes em que se liam mensagens como "emagrecer o Estado", "menos impostos" ou "acelerar Portugal", Rui Rocha repetiu por diversas vezes que, em Portugal, "desta vez é liberal".
"Desta vez é liberal porque a IL tem sentido de Estado. Desta vez é liberal porque a IL esteve e estará à altura das circunstâncias. Desta vez é liberal porque a IL tem as soluções para o país e a coragem de executar essas soluções", disse.
No início do seu discurso, Rui Rocha referiu que tem ouvido que esta campanha eleitoral é "de casos e em que se discute pouco os problemas do país e as soluções".
"Pois eu quero dizer-vos uma coisa: quem estiver à procura de casos, aqui não os encontra. A IL não tem casos e, mais do que isso, a IL tem as soluções para Portugal", afirmou.
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