O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, deu, este sábado, uma entrevista, durante a qual foi questionado sobre o tema 'quente' das últimas horas, a imigração - e as mais de 4.500 notificações a imigrantes ilegais por parte da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).
"Lei é para cumprir e é para cumprir por todos. Isso para nós é claro. O que esses números nos mostram é que temos uma percentagem muito reduzida no total de imigrantes que entraram em Portugal em situação ilegal. Mas a AIMA está a fazer o seu trabalho. Aliás, já vinha fazendo o seu trabalho ainda com o Governo anterior e continua", respondeu em entrevista à RTP1, quando questionado sobre se a prática será este caso chegue ao Governo.
"Aliás, durante o Governo do Partido Socialista sempre se apontou para meados de 2025 a resolução da totalidade dos processos e é isso que está a acontecer", completou.
Recordado das críticas - mesmo internas - que recebeu aquando disse que a gestão dos socialistas teve algumas falhas, Pedro Nuno Santos explicou o que fará de diferente, com a manifestação de interesses 'na mira'.
"Havia este conceito, que se percebe que se tenha feito sentido naqueles anos, mas que não é mecanismo mais ajustado, porque desincentiva o recurso aos canais regulares e legais de entrada em Portugal. Desse ponto de vista, o que precisamos de fazer mais é investir numa política de integração. O pior que pode acontecer - não só aos que já cá estão, mas aos que vêm para viver e trabalhar em Portugal - é ter um país que não se adaptou a esse aumento da população", justificou, falando, nomeadamente, no investimento nos serviços públicos, "que não podem ficar degradados".
O candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições sublinhou que a economia portuguesa necessitava da entrada de trabalhadores estrangeiros, mas que esta foi "rápida" e que ficou 'em falta' o investimento, nomeadamente nas escolas, creches, habitação e também no Serviço Nacional de Saúde.
Ainda quanto ao caso que envolve a Spinumviva, e quando confrontado sobre o assunto, Pedro Nuno garantiu que era "claro" que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à situação ia avançar - apontando que o tema não estava resolvido.
"Esta mistura entre a política e negócios pessoais é inaceitável num primeiro-ministro. É um tema que não está resolvido, nem ficará resolvido a 18 de maio", considerou, acrescentando: "Um político não pode fugir do escrutínio, não pode ocultar, não pode esconder. Não pode fugir, obviamente."
No que diz respeito à Economia, Pedro Nuno Santos falou sobre a incerteza de que se vive. "E depois temos uma AD que apresenta aos portugueses um cenário macroeconómica que é uma autêntica fantasia, um embuste. E com uma economia a cair, é um embuste ainda maior", criticou, dizendo que o programa do PS é "cauteloso" e tem medidas que podem ajudar a enfrentar momentos de maior tensão, medidas estas como o IVA Zero nos bens alimentares ou o IVA Zero reduzido a 6% para todo o consumo de eletricidade.
Quanto ao quadro europeu, Pedro Nuno Santos disse que, num eventual aumento na despesa na Defesa, era necessário assegurar que este acontecia "de forma muito gradual, de forma a não colocar em perigo o Estado social e também dar oportunidade à nossa economia para responder a essa procura."
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