Paulo Rangel, atual ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, falava no comício do Porto da AD -- coligação PSD/CDS, discurso em que falou de imigração, prometendo "humanismo" mas também combate aos ilegais, designadamente aos que pretendem "viver de subsídios" em Portugal.
O membro do Governo e "número um" da AD pelo Porto começou por elogiar o primeiro-ministro, dizendo que "sob o comando, coordenação e inspiração de Luís Montenegro começou a mudança no país, após oito anos de estagnação e paralisia" com executivos do PS.
Mas, segundo Paulo Rangel, ao fim de 11 meses de executivo de Luís Montenegro, "alguém do lado radical da esquerda - porque Pedro Nuno Santos é um radical - quis interromper o percurso do Governo".
"E alguém do lado radical da direita também quis interromper este percurso do Governo. A todos aqueles que são moderados de esquerda e que são moderados da direita, notem bem que a direita radical esteve sempre ao lado da esquerda radical. André Ventura esteve ao lado de Pedro Nuno Santos para deitarem abaixo o Governo da AD", acusou.
A seguir, deixou um apelo aos cidadãos "moderados" em relação ao voto no próximo domingo.
"Peço a todos os cidadãos que querem um país com mudança, com reformas, que são moderados, seja à esquerda, seja ao centro, seja à direita, que olhem para a nossa obra, olhem para o discurso e para a ação de Luís Montenegro e, no domingo, deem ao país a resposta que os radicais de esquerda e os radicais da direita merecem", declarou, recebendo muitas palmas.
No seu discurso, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros evocou o fundador e primeiro líder do PPD, Francisco Sá Carneiro, definindo-o politicamente como "um humanista" -- um ponto de partida para abordar as questões da segurança e da imigração em Portugal.
Tal como Francisco Sá Carneiro, "este é um Governo de humanistas. Por isso, queremos segurança nas ruas, mas não queremos a segurança dos que dizem que é preciso um Portugal autoritário. Queremos segurança, porque se não podermos sair seguros à rua, naturalmente, nós não somos livres - e o PSD e o CDS são os partidos da liberdade", advogou.
Paulo Rangel invocou então o princípio de que "não há liberdade sem segurança, não há liberdade sem autoridade da polícia".
"Por isso, somos a favor da segurança e a favor do reforço da autoridade dos polícias na rua, dos professores nas escolas, dos profissionais de saúde nos hospitais. Somos humanistas, porque sabemos que o país precisa de trabalhadores estrangeiros, mas nós não queremos uma imigração descontrolada", assinalou, antes de atacar ex-ministros socialistas da Administração Interna.
A propósito de "imigração descontrolada", o ministro social-democrata acusou: "Ana Catarina Mendes e José Luís Carneiro, que falam agora nas televisões como se nada tivessem a ver com isso, foram eles que trouxeram o caos para a imigração".
Neste contexto, Paulo Rangel deixou um aviso: "Não temos medo de etiquetas, não temos medo de rótulos e há uma coisa que fica clara, com AD, a imigração que está a trabalhar e a cooperar para o país estará regulada e verá os seus direitos respeitados. Mas aqueles que vêm para aqui viver de subsídios ou para criarem tranquilidade não podem ficar no território nacional", acentuou.
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