Ventura: "Queria o quê, que os ciganos me matassem, num corredor?"

O presidente do Chega revelou ainda que foi contactado por Marcelo Rebelo de Sousa, que o aconselhou a não marcar presença na arruada de hoje.

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© MIGUEL RIOPA/AFP via Getty Images

Daniela Filipe
15/05/2025 12:11 ‧ há 5 horas por Daniela Filipe

Política

CHEGA

O presidente do Chega, André Ventura, considerou, esta quinta-feira, que o seu episódio de saúde "foi muito diferente" do do primeiro-ministro, Luís Montenegro, já que o chefe do Governo "não passou por doente, não entrou pela via normal do Serviço Nacional de Saúde (SNS)". Apontou, além disso, que foi alvo de segurança apertada para não morrer "à mão de nenhum cigano".

 

"Penso que foi muito diferente, porque Luís Montenegro não passou por doente, não entrou pela via normal do SNS. Eu entrei pelo INEM, que foi chamado, e puseram-me numa sala com segurança à porta. Queria o quê, que os ciganos me matassem, num corredor? O hospital só tinha duas hipóteses: ou ficava com segurança e polícia, que foi o que aconteceu, ou deixavam matarem-me. Acho que não querem que eu morra à mão de nenhum cigano", disse aos jornalistas, em Odemira.

Saliente-se, contudo, que tanto o Hospital de Faro, como a Polícia de Segurança Pública (PSP) desmentiram esta versão. A unidade de saúde assegurou, inclusive, que não houve "registo de qualquer incidente de segurança antes, durante ou depois do atendimento hospitalar do deputado André Ventura, nem existiram da parte do hospital medidas especiais de segurança", noticiou a CNN Portugal.

De qualquer modo, Ventura deu conta de que a sua presença na caravana "não era o conselho dos médicos, mas compreenderam que tinha de vir e que queria muito estar aqui".

O deputado teceu agradecimentos a toda a equipa de saúde, apesar de ter ressalvado que as críticas feitas ao Hospital de Faro "são de se manter".

"Passei por muitos doentes e por macas encostadas, depois de fazer exames complementares. Mas encontrei um conjunto de pessoas determinadas em lutar contra isso e percebi aquilo que, no fundo, sempre soube: não são os profissionais de saúde que falham, é o Estado que lhes falha todos os dias plenamente. [...] Quando saí da unidade onde cheguei primeiro, e onde estava ainda com dores, e fui transportado para uma unidade onde ia fazer exames de natureza cardíaca, encontrei-me com uma série de pessoas que estavam em macas, encostadas à parede e vi o sofrimento de todos. [...] Consegui vê-lo, enquanto ouvia pessoas cá fora a desejar a minha morte e a procurar acabar comigo", disse.

Ventura reconheceu ainda que foi atendido por um "imigrante alemão, que estava cá para trabalhar e que casou com uma portuguesa". "É exatamente o que nós queremos; quem vier para trabalhar, quem vier para se integrar e quem vier para cumprir", complementou, entre os gritos dos apoiantes.

O presidente do Chega revelou também que foi contactado por Marcelo Rebelo de Sousa, que o aconselhou a não marcar presença na arruada de hoje.

"O senhor Presidente da República contactou-me; não consegui falar com ele imediatamente, porque estava naquela circunstância. Ontem, durante a noite, tive oportunidade de lhe devolver a chamada, já tarde, e o Presidente da República [deu-me] vários conselhos em matéria de saúde. Não podia deixar de me referir a isso e agradecer-lhe a preocupação que teve desde a primeira hora. Ele, aliás, disse-me para não vir", revelou.

Entretanto, Ventura voltou a sentir-se indisposto e deixou-se cair em frente aos jornalistas, colocando-se de joelhos.

Agarrado ao peito, tal como na noite de terça-feira, o presidente do Chega foi socorrido por seguranças, que o colocaram num veículo. A polícia fez um perímetro de segurança, para que ninguém se aproximasse.

Leia Também: Vídeos, críticas e "tratamento VIP". O dia de Ventura fora da campanha

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