Na conferência de imprensa após a reunião onde se decidiu manter as taxas inalteradas, Jerome Powell salientou que a inflação nos bens acelerou um pouco e é esperado que continue no verão, já que "demora algum tempo para as tarifas se refletirem nos consumidores finais".
"Os bens a serem vendidos agora podem ter sido importados há alguns meses, antes das tarifas serem impostas", notou, e a expectativa é de ver mais efeitos nos próximos meses, sendo que já se verificaram "aumentos de preços por exemplo em computadores, atribuídos a tarifas".
A Fed considera assim que a inflação pode acelerar no verão, sendo que nas projeções económicas divulgadas hoje já mostram uma revisão em alta da taxa de inflação de 2,7% para 3% este ano.
Powell assumiu que a "transmissão das tarifas para a inflação é todo um processo", passando pela cadeia na manufatura, exportador, importador, consumidor, sendo que todos podem sentir o impacto dos direitos aduaneiros.
"Alguém tem de pagar pelas tarifas e será alguém nessa cadeia", sendo quase certo que o consumidor final irá sentir efeitos.
Ainda assim, "o processo é difícil de prever", não se passou por uma situação assim recentemente e por isso é necessário "ser humildes quanto à capacidade de prever".
O presidente do banco central salientou ainda que a incerteza continua elevada, nomeadamente no que diz respeito à dimensão e duração dos efeitos das tarifas na inflação e também na economia.
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