Estas associações trabalham "em prol da cooperação descentralizada (Associação para a geminação entre os campos de refugiados palestinianos e as cidades francesas e Cidades Unidas de França)", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Christophe Lemoine.
"As acusações públicas da embaixada de Israel em França de uma ligação entre estas associações e organizações terroristas são inaceitáveis", acrescentou.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês apelou ainda às autoridades israelitas para que "anulem estas decisões, que penalizam aqueles que trabalham para uma paz duradoura entre israelitas e palestinianos".
Na segunda-feira, a embaixada israelita em França indicou que "o Estado de Israel não autorizaria o acesso a qualquer pessoa ou delegação ligada ou convidada pela Rede de Cooperação Descentralizada para a Palestina (RDCP) ou pela Associação França Palestina Solidariedade (AFPS)", numa publicação na rede social X.
Segundo a Embaixada de Israel em França, estas duas organizações estão "ligadas à Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP)", o movimento comunista de Georges Habash que, como todos os grupos palestinianos, tem um braço armado.
A FPLP é "designada como organização terrorista pela União Europeia", insistiu a embaixada israelita.
Na quarta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha e Reino Unido pediram que Israel levante o bloqueio à ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que coloca os civis palestinianos em risco de fome, epidemias e morte.
De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, o conflito já provocou mais de 50 mil mortos.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas, a maioria civis.
Os islamitas também raptaram 251 pessoas, 58 das quais continuam reféns em Gaza, 34 já mortas, segundo o Exército de Israel.
Em 15 de abril, após o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter publicado uma mensagem a favor do reconhecimento da Palestina, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou-lhe a sua "firme oposição" à criação de um Estado palestiniano, considerando que isso "constituiria uma enorme recompensa para o terrorismo".
Depois de uma conversa entre os dois líderes, o gabinete de Netanyahu afirmou em comunicado que o israelita transmitiu a Macron que na Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) "as crianças são educadas para destruir Israel e são dadas recompensas financeiras aos assassinos de judeus".
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