Guterres pede contenção a governos de Índia e Paquistão

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou hoje aos governos da Índia e do Paquistão para que "evitem" que as atuais tensões bilaterais degenerem num confronto, que poderia ter "consequências trágicas".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
29/04/2025 23:28 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

António Guterres

Guterres falou hoje separadamente por telefone com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, "expressando a sua profunda preocupação com o aumento das tensões entre a Índia e o Paquistão" e sublinhando a "necessidade de evitar um confronto que poderia ter consequências trágicas", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral.

 

O líder da ONU ofereceu também os seus serviços para "apoiar os esforços de desanuviamento", das tensões criadas pelo ataque mortal de há uma semana em Caxemira, pelo qual a Índia culpa o vizinho Paquistão.

Durante as conversas telefónicas, António Guterres reiterou a sua "firme condenação" do ataque de 22 de abril, em que vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia.

Guterres sublinhou igualmente "a importância de obter justiça e responsabilização por estes ataques através de meios legais".

Antes mesmo de qualquer reivindicação, Nova Deli responsabilizou Islamabad pelo atentado, o mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.

O Paquistão negou imediatamente qualquer envolvimento e exigiu a realização de um "inquérito neutro".

As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os seus cidadãos foram convidados a abandonar o mais tardar hoje o território do país vizinho.

Há várias noites que se regista fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados paquistaneses e indianos ao longo da "linha de controlo", a fronteira 'de facto' que separa as zonas indiana e paquistanesa de Caxemira, segundo o Exército indiano.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, garantiu hoje ao Exército "liberdade operacional" para responder como quiser ao ataque que matou 26 pessoas na Caxemira indiana, indicou uma fonte governamental.

Numa reunião com os seus chefes de Estado-Maior, Modi repetiu que o seu país, que culpou o Paquistão pelo ataque, está "determinado a infligir um golpe decisivo ao terrorismo", declarou a fonte governamental que solicitou o anonimato, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Segundo a mesma fonte, Modi "disse às Forças Armadas que estas tinham a liberdade de decidir sobre os alvos, o momento e o modo da retaliação indiana ao ataque terrorista que vitimou civis em Caxemira".

O chefe do executivo indiano "reiterou a determinação nacional em desferir um golpe decisivo contra o terrorismo e a sua total confiança na capacidade das Forças Armadas indianas" para o fazer, acrescentou a fonte.

Na semana passada, Modi prometeu publicamente perseguir os autores do ataque e os seus cúmplices "até ao fim do mundo".

Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar a sua total soberania sobre a região.

Desde 1989, a parte indiana é palco de uma insurreição separatista que já fez dezenas de milhares de mortos.

Leia Também: ONU pede transição política na Síria "inclusiva" às novas autoridades

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