A agência de notícias oficial síria Sana reportou "ataques de aeronaves israelitas perto da cidade de Harasta, perto de Damasco".
Mais tarde, adiantou que um civil morreu na sequência dos ataques israelitas na zona de Harasta.
Outros ataques israelitas também visaram duas cidades nas regiões ocidentais de Hama e Latakia, de acordo com a Sana e um canal na rede social Telegram da coligação armada no poder.
Os ataques na região de Hama fizeram quatro feridos, segundo a Sana, que também reportou ataques israelitas contra duas cidades na região de Daraa, no sul do país.
As forças israelitas reivindicaram ataques contra uma instalação militar, canhões antiaéreos e infraestruturas de mísseis terra-ar na Síria, garantindo que vão continuar a "operar conforme necessário para defender os civis israelitas".
A organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), sediado no Reino Unido, mas com uma vasta rede de fontes na Síria, destacou, em comunicado, que as forças israelitas realizaram mais de 20 ataques, os "mais violentos desde o início do ano", que visaram "armazéns e instalações militares em Deraa, perto de Damasco, e nas regiões de Hama e Latakia".
Desde a queda de Bashar al-Assad, no início de dezembro, Israel, que vê as novas autoridades com desconfiança, realizou centenas de ataques contra instalações militares na Síria e enviou tropas para uma zona desmilitarizada nas Colinas de Golã.
O Exército israelita tinha anunciado na sexta-feira de manhã a execução de um ataque perto do palácio presidencial em Damasco, como aviso contra qualquer ataque à minoria drusa, cuja causa defende.
Os ataques ocorrem após combates sectários mortais perto de Damasco e no sul do país, que faz fronteira com Israel, entre combatentes drusos e membros das forças de segurança.
O OSDH aumentou na quinta-feira o número de mortos em confrontos armados nos últimos dois dias para 101, e as autoridades ainda não divulgaram um número oficial de vítimas.
Desde 1967, Israel ocupa Montes Golã sírios, situados na fronteira entre os dois países e que Israel anexou unilateralmente em 1981.
Além da Síria, incluindo os Montes Golã ocupados, os drusos, uma comunidade esotérica descendente de um ramo do Islão, vivem sobretudo no Líbano e em Israel.
Desde a queda do regime de Damasco, as forças israelitas atacaram centenas de vezes em território sírio e atravessaram a zona desmilitarizada no sul do país.
Nesta região, residem cerca de 24 mil membros da minoria drusa, juntamente com perto de 30 mil israelitas.
A nova vaga de violência reacendeu o espetro de confrontos sectários, após os massacres em março que tiveram como alvo a minoria muçulmana alauita, um ramo dos xiitas a que pertence Al-Assad, derrubado por uma coligação de rebeldes islamitas sunitas, agora no poder.
Estes confrontos resultaram na morte de mais de 1.700 pessoas, na maioria alauitas civis.
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