OCDE adverte que a recuperação económica da Ucrânia será modesta

A economia da Ucrânia, que estava quase estagnada desde 2010 e sofreu um colapso devido à invasão da Rússia, em 2022, está a manter-se, mas a tímida recuperação registada deve desacelerar este ano e no próximo, estima a OCDE.

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Lusa
06/05/2025 10:44 ‧ há 5 horas por Lusa

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Num relatório publicado hoje, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que, após uma recuperação de 5,5% em 2023 e de 2,9% em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia crescerá 2,5% este ano e 2% no próximo ano.

 

Os autores do estudo dizem que a invasão russa deslocou um quarto da população da Ucrânia, dentro ou fora do país, e que a destruição de casas, empresas e infraestrutura representa aproximadamente 2,5 vezes o PIB do país.

Apontam também que, só em 2022, a atividade caiu em mais de um quarto e que o PIB naquele ano foi de apenas 71% do que era em 2010. O crescimento ocorrido desde então deixou-o em 77% (2024).

De acordo com a OCDE, a perspetiva "não é boa" e está carregada de "extrema incerteza", principalmente devido à situação de segurança.

"A destruição contínua de empresas e infraestrutura, a escassez de energia e mão-de-obra e as pressões fiscais limitarão a recuperação", alerta a organização.

Nesta linha, a OCDE acredita que, como os orçamentos de defesa absorvem 25% do PIB, o défice público permanecerá em níveis muito elevados, como em anos anteriores (19% do PIB neste ano e 20% no próximo, após 20,4% em 2023 e 17,5% em 2024).

"Assim que a situação de segurança estabilizar, o ritmo e a qualidade da implementação das reformas, o apoio externo e os movimentos populacionais determinarão o ritmo do investimento e da recuperação", acrescentou.

Quando chegar esse momento, uma das prioridades da OCDE é uma política monetária que trave a inflação (estima-se que suba para 13,2% este ano, depois de ter ficado relativamente contida nos 6,5% em 2024) e que permita conter o défice, com objetivos de médio prazo.

Outros dos objetivos será uma "gestão fiscal sólida e transparente" para uma melhor eficiência de gastos e da abordagem de alguns dos problemas tradicionais da economia ucraniana: "corrupção", "integridade pública" e barreiras regulatórias.

A organização observa ainda que, embora a Ucrânia tenha feito um "progresso significativo" nessa área, "a corrupção continua a ser uma grande preocupação pois distorce a concorrência e limita o dinamismo dos negócios".

Os autores do estudo creem que as restrições da lei marcial e a primazia da defesa congelaram a concretização de muitas reformas.

Um dos desafios que o país enfrenta é a escassez de mão-de-obra, que, embora já apresentasse uma queda desde o início do século (a força de trabalho caiu de 23,2 milhões de pessoas em 2000 para 20,3 milhões em 2021), voltou a sofrer uma queda considerável com a invasão russa.

Com a mobilização de cerca de um milhão de pessoas para defender o país e a deslocação de 30% da população em idade ativa, tanto no país quanto para o exterior, essa força de trabalho terá caído para 16,4 milhões de pessoas em 2023, o último ano para o qual a OCDE dispõe de números.

Portanto, defende, o desafio é facilitar o retorno de cerca de 6,9 milhões destas pessoas, com melhorias no mercado de trabalho, mas também nas condições de habitação e nos serviços de educação.

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