Em videoconferência de imprensa, Benjamin Netanyahu indicou que não pretende derrubar o regime de Teerão, que comparou a "um cancro", mas disse que não ficaria surpreendido se isso acontecesse, ao mesmo tempo que não descartou o assassínio do líder supremo iraniano, Ali Khamenei.
"Vamos fazer o que for necessário", declarou ao ser questionado sobre essa possibilidade.
Numa entrevista entretanto divulgada à estação norte-americana ABC, foi mais concreto, sustentando que a morte de Khamenei "não levará a uma escalada do conflito, acabará com o conflito".
Os iranianos estão a descobrir que "o regime é muito mais fraco" do que pensavam, observou Netanyahu na conferência de imprensa, acrescentando que as Forças de Defesa de Israel estão a eliminar os altos comandantes militares do Irão "um por um".
Israel está a mudar "a face do Médio Oriente" com os ataques ao Irão, considerou o primeiro-ministro israelita, depois de detalhar o que apresentou como uma série de sucessos desde o início da operação militar na madrugada de 13 de junho.
Netanyahu indicou que as autoridades israelitas estão "bem coordenadas com os Estados Unidos", após a diplomacia de Teerão ter defendido que o Presidente norte-americano, Donald Trump, pode parar o conflito "com um único telefonema" e abrir caminho para o diálogo.
"Não me surpreende que o Irão queira acabar com a guerra, porque estamos a atacá-los de forma decisiva. Estamos a ir com toda a força", respondeu.
Por outro lado, Netanyahu foi questionado sobre falta de envolvimento do Reino Unido e da França na defesa de Israel dos ataques iranianos, referindo que falou com os respetivos líderes e "há vontade de ajudar".
O primeiro-ministro israelita enumerou como principais objetivos da ofensiva militar em curso a eliminação do programa nuclear do Irão e da capacidade de produção de mísseis balísticos e ainda do "eixo do terrorismo".
Nesse sentido, assinalou que os ataques israelitas destruíram "um grande número" de lançadores de mísseis, bem como metade dos milhares dos drones iranianos
Além disso, Netanyahu destacou a importância dos bombardeamentos contra as instalações nucleares iranianas, particularmente Natanz, que "foi fortemente atingida" e sofreu "danos graves", incluindo a destruição de centrifugadoras de enriquecimento de urânio.
Em relação ao ataque de hoje à sede da emissora estatal iraniana IRIB, argumentou que não se tratava de uma estação de televisão, mas de uma "ferramenta do regime", que "esconde a verdadeira situação" dos iranianos.
"A liderança iraniana cometeu um duplo erro: subestimou as nossas capacidades e tentou esconder a situação dos iranianos. Têm medo do povo. Assim que virem que não são aquilo em que acreditavam, abrir-se-á a brecha que o regime tanto teme", insistiu.
Israel bombardeou o Irão na madrugada de 13 de junho, lançando ataques contra instalações militares e nucleares iranianas, que mataram lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.
O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
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